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Não é só no Brasil que a crise econômica dificulta o acesso de alunos a universidades privadas. Um artigo publicado pelo NFTNow mostrou que nos Estados Unidos, os custos elevados de matrículas e mensalidades estão causando problemas que afetam a qualidade do ensino – uma das alternativas das faculdades para driblar a falta de recursos é a contratação de professores temporários.
Mas, uma solução que vem se mostrando eficaz para contornar os altos valores é a migração dos cursos (ou de parte deles) para o ambiente online. Isso, inclusive, permite a participação de mais alunos por turma, viabilizando a matrícula de pessoas de qualquer lugar do mundo. E, nesse contexto, o metaverso é uma ferramenta que faz toda a diferença no processo de aprendizado.
Entenda como o metaverso contribui com a aprendizagem
O metaverso utiliza uma série de tecnologias emergentes de realidade virtual e aumentada que oferecem uma experiência mais imersiva do que a internet atual. Assim, as universidades conseguem resolver alguns desses problemas e revolucionar a experiência de aprendizado remoto.
Por exemplo, alunos de cursos como medicina podem acompanhar, mesmo à distância, a experiência de cirurgias remotas. Estudantes de história ou geografia têm a oportunidade de visitar museus e locais com outras culturas e características, sem sair de seu ambiente. Mas, para que isso seja viável, a inteligência artificial (IA) tem papel fundamental, assim como a maior conectividade, que permitirá que as experiências dos alunos sejam realmente imersivas.
O metaverso está pronto para este desafio?
O artigo, de autoria de Nir Eisikovits, professor associado de filosofia e diretor do Centro de Ética Aplicada da UMass Boston, coloca algumas dúvidas sobre como a IA ou outras tecnologias podem conduzir o metaverso.
“O metaverso pode não estar pronto para enfrentar o desafio da educação de nível universitário”, diz ele.
Segundo o especialista, existem pelo menos pontos de atenção.
1. Risco à liberdade acadêmica
Se o ensino universitário e as trocas intelectuais vão acontecer em plataformas pertencentes a corporações, o que acontece quando essas discussões se tornam polêmicas?
O artigo comenta que plataformas como Meta e Zoom podem não estar comprometidas com a livre troca irrestrita, especialmente se o tema for sensível. “O histórico recente não é animador. Por exemplo, Zoom, Facebook (NASDAQ:META) e YouTube bloquearam uma palestra virtual apresentada em 2020 pela San Francisco State University, que apresentava Laila Khaled, membro da Frente para a Libertação da Palestina, que esteve envolvida em dois sequestros de avião no final dos anos 1960 e início 1970”, destaca o texto.
2. Foco
O aprendizado bem-sucedido requer a capacidade de prestar atenção ao que está acontecendo na sala de aula. Já é bastante difícil atingir esse nível de foco com alunos no mundo real, tentados por seus telefones e laptops. Como criar um ambiente de aprendizado totalmente virtual propício à concentração?
3. Comunicação
Grande parte da comunicação humana ocorre de forma não verbal : as expressões faciais e a linguagem corporal revelam muitas de nossas intenções. Os avatares – representações de desenhos animados de nós mesmos – podem transmitir expressões faciais e linguagem corporal da mesma maneira?
4. Sensação de integrar uma comunidade
Boa parte do aprendizado universitário acontece fora da sala de aula. O senso de comunidade encoraja os alunos a se reunirem informalmente, fazerem amigos e desenvolverem opiniões. Isso pode começar na sala de aula, mas normalmente se desenvolve mais fora dela. Existe alguma maneira dessa experiência, um dos grandes atrativos da vida universitária, ser replicada no metaverso?
5. Acessibilidade
Será que a universidade no metaverso realmente tornará as instituições de ensino mais acessíveis? Essas tecnologias oferecerão uma experiência educacional atraente, por um custo menor, ou apenas introduzirão uma nova exclusão digital?
Apesar dos questionamentos, o artigo destaca que o metaverso, se bem utilizado, pode oferecer mais oportunidades aos alunos e uma nova maneira de sobreviver para as universidades.