CriptoFácil - A exchange FTX declarou oficialmente que conseguiu um acordo para vender ações preferenciais de uma das suas startups. De acordo com a empresa, trata-se da Mysten Labs, e a operação resultou na entrada de cerca de US$ 95 milhões para o caixa da empresa.
O valor representa quase R$ 480 milhões em valores atuais. A Mysten Labs é uma empresa criada por ex-executivos da Meta, e suas ações faziam parte do vasto portfólio da FTX.
Em 2022, a FTX Ventures entrou como maior investidora da startup em uma rodada que elevou o valor da Mysten para US$ 2 bilhões. Ou seja, a participação atual corresponde a pouco menos de 5% do valor de mercado da empresa à época.
A venda faz parte do processo de recuperação judicial da exchange, que visa levantar dinheiro para pagar os clientes. Segundo os advogados, a empresa tem cerca de US$ 10 bilhões em dívidas com quem deixou criptomoedas presas na plataforma.
FTX vende ações da Mysten
De acordo com o processo judicial, a FTX e a Mysten renunciaram a todas as reivindicações que tinham uma contra a outra. Isto é, ambas as companhias concordaram em cancelar as pendências judiciais e não abrir novos processos.
No mês de agosto, a FTX pagou US$ 101 milhões em suas ações da Mysten. Portanto, a empresa vendeu os ativos com prejuízo de aproximadamente 6%, ou cerca de US$ 6 milhões.
Desde que a FTX entrou com pedido de falência em novembro, os credores estão envolvidos em uma batalha acalorada pelos ativos mantidos pela FTX e suas empresas afiliadas. A partir da recuperação, a FTX começou a vender participações em empresas, com o objetivo de captar fundos e pagar suas dívidas.
Sam Bankman-Fried, que foi um dos cofundadores da empresa, fez investimentos consistentes em uma ampla variedade de startups por meio da FTX Ventures. Conforme ilustra o balanço oficial, o grupo FTX possuía participações em mais de 130 startups até novembro.
Essas classes de ativos incluíam empresas privadas e públicas, fundos de investimento e plataformas de criptomoedas.
Advogados da FTX preparam recuperação
Liderada por John J. Ray III, a nova equipe de gerenciamento da FTX anunciou na quarta-feira (22) que fechou um acordo para recuperar US$ 400 milhões da Modulo Capital, uma empresa comercial com sede nas Bahamas e financiada pela Alameda Research.
De acordo com os documentos judiciais apresentados no dia anterior, a Alameda havia investido US$ 450 milhões na Modulo no ano passado. Ou seja, mais uma vez a FTX precisou vender os ativos com prejuízo.
A maioria desses investimentos não possui grande liquidez no mercado, o que pode dificultar a liquidação dos ativos. Por isso que a FTX tende a sofrer prejuízos em algumas dessas vendas.
Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX, é acusado por promotores federais de roubar bilhões de dólares em fundos de clientes e de enganar investidores e instituições. Ele se declarou inocente de acusações relacionadas a violações das leis de financiamento de campanha, mas seu julgamento está marcado para outubro.