Investing.com – Após as próximas reuniões, é mais provável que o Banco Central brasileiro acelere o ritmo de cortes dos juros do que modere o passo, pois a desinflação subjacente revelou progressos significativos até o mês de agosto. Essa é a opinião do banco JP Morgan, que divulgou relatório aos clientes e ao mercado sobre o tema.
O JP Morgan concorda com a visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve optar pela diminuição da taxa Selic em meio ponto percentual na decisão desta quarta-feira, 20.
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“Mas este progresso é atenuado pelo recente aumento nos principais preços de commodities, como o petróleo, o que poderia colocar pressão no índice cheio da inflação, com potencial respingo no núcleo”, pondera o banco.
De acordo com o JP Morgan, a resiliência do setor de serviços até o mês de julho “também sugere que não há pressa em acelerar o ritmo de flexibilização, uma vez que o os custos das taxas restritivas de crescimento económico são, até agora, limitados”.
A equipe econômica voltada à América Latina do banco lembra que casos recentes mostram que alguns bancos centrais dos mercados emergentes foram mais ousados do que o esperado, levando a desvalorizações cambiais acentuadas. Assim, haveria uma indicação de que uma postura cautelosa seria a mais correta e a autoridade monetária brasileira deve reafirmar a importância de uma trajetória de moderação e serenidade para a definição da política de juros, ainda no território restritivo, visando alcançar seus objetivos no controle inflacionário.
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