Após sequência ruim, Ibovespa inicia semana em alta, de volta a 134 mil pontos

Publicado 21.07.2025, 15:41
Atualizado 21.07.2025, 19:10
© Reuters.  Após sequência ruim, Ibovespa inicia semana em alta, de volta a 134 mil pontos

Após ter fechado a sexta-feira no menor nível em quase três meses, na casa dos 133 mil pontos, a depreciação acumulada pelo Ibovespa desde a máxima histórica de 141 mil, em 4 de julho, induzia uma recuperação técnica neste começo de semana, na ausência de novidades, desde o sábado, 19, que agravassem ainda mais a disputa comercial com os Estados Unidos. Pelo contrário: declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que não há planos para retaliar ou criar restrições a remessas de dividendos contribuíram para uma relativa descompressão dos ativos brasileiros, com recuo do dólar e do DI futuro, e avanço do Ibovespa.

No fechamento desta segunda, 21, o principal índice da B3 (BVMF:B3SA3) mostrava ganho moderado a 0,59%, aos 134.166,72 pontos, tendo rompido o limiar de 1% de alta no melhor momento da sessão, à tarde, aos 134.864,53 pontos, saindo de mínima (133.367,36) quase correspondente ao nível de abertura (133.381,58) do pregão. O giro financeiro desta segunda-feira ficou em R$ 17,5 bilhões. No mês, o Ibovespa cede 3,38% e, no ano, ainda avança 11,54% - em 4 de julho, no fechamento em recorde histórico, o ganho acumulado em 2025 chegava a 17,44%.

Apuração do Estadão/Broadcast mostra que o governo está preparando defesa com base em argumentos técnicos e econômicos, o que envolve também aspectos que foram colocados meio de ’contrabando’, como o Pix, nas queixas apresentadas pelo governo Trump para abrir uma investigação comercial sobre a conduta brasileira. As portas para uma negociação bilateral em alto nível, contudo, permanecem fechadas. A colocação de uma cláusula política, que colide com a própria jurisdição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma questão doméstica, dificulta recuo do republicano neste momento, o que reforça a perspectiva de que se chegue a 1º de agosto sem uma revisão da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros prometida pela Casa Branca.

Nesta segunda-feira, ações associadas ao ciclo doméstico, como Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3) (-7,73%), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (-3,55%) e CVC (BVMF:CVCB3) (-3,35%), puxaram a fila perdedora entre as componentes do Ibovespa. No lado oposto, Fleury (BVMF:FLRY3) (+14,89%) - com a notícia sobre possível aquisição da empresa pela Rede D’Or (BVMF:RDOR3) -, à frente de BRF (BVMF:BRFS3) (+4,90%) e de CSN Mineração (BVMF:CMIN3) (+4,76%).

Entre as blue chips, Vale ON (BVMF:VALE3), a principal ação da carteira do índice, fechou em alta de 2,73% após ter chegado a mostrar ganhos perto de 4% mais cedo. Petrobras ON (BVMF:PETR3) e PN também moderaram o avanço em direção ao fechamento, com a ON em leve alta de 0,27% e a PN, de 0,19%. A perda de dinamismo do Ibovespa à tarde também se associava ao setor financeiro, com Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) na mínima do dia no fechamento (ON -1,97%). Ao fim, Itaú (BVMF:ITUB4) PN conseguiu sustentar ganho de 1,17% na sessão, de leve variação para Bradesco (BVMF:BBDC4) (ON +0,22%, PN +0,06%).

"O mercado veio de uma série de eventos muito voláteis, e hoje a curva de juros, em especial, mostrou-se mais acomodada, com leve inclinação na parte mais longa, mas com variações bem pequenas. O macro esteve um pouquinho mais calmo no dia de hoje, uma calmaria depois da tempestade", diz Nicolas Merola, analista da EQI Research, destacando também a regressão dos rendimentos dos Treasuries nesta abertura de semana, os quais vinham avançando desde o começo do mês. "Foi apenas o terceiro ou quarto pregão de queda de juros por lá desde o início do mês, e hoje especialmente mais forte do que em sessões anteriores."

Ele ressalta também uma reacomodação do câmbio após uma relativa retomada do "trade" de dólar forte - aqui, a moeda americana fechou a sessão em baixa de 0,40%, na casa de R$ 5,56. "A Bolsa vinha de uma queda forte na sexta-feira e hoje o setor de materiais básicos foi o chamariz para a recuperação, com indicativos de um ponto de inflexão para a demanda por minério de ferro na China, depois de um intervalo de muito pessimismo com relação à economia do país", acrescenta.

O analista destaca, no fim de semana, o investimento anunciado pela liderança política da China em um grande projeto hidrelétrico no oeste do país. "Tivemos mais um dia de alta para o minério de ferro após essa grande notícia", diz Merola, referindo-se ao projeto de US$ 170 bilhões anunciado pela China. Assim, na B3, o IMAT, índice de materiais básicos, subiu hoje 2,09%, comparado a ganho de apenas 0,39% para o índice de consumo (ICON), mais correlacionado ao ciclo doméstico.

"Demanda por aço e minério cresce com um projeto dessa envergadura, e há também, na China, uma iniciativa para redução de capacidade ociosa no setor industrial, o que sustenta essa retomada da matéria-prima, do minério em particular, que subiu hoje 2%, ajudando Vale por aqui e o setor siderúrgico em geral", diz Guilherme Petris, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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