O Banco Central afirmou nesta segunda-feira, 18, que a realização do Comitê de Política Monetária (Copom) não será afetada pela greve dos servidores do órgão, em resposta a questionamento do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo o BC, em regime de contingência, os dados do Boletim Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do comitê. Essas informações são importantes para construção de modelos de inflação e, assim, para a decisão da taxa Selic.
"A realização da reunião do Copom não será afetada pela greve. A produção das apresentações de conjuntura para o Copom é atividade essencial e, portanto, será realizada durante a paralisação. Em sistema de contingência, os dados da pesquisa Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do Copom", disse, em nota.
A afirmação do BC contraria relatório divulgado pela Associação Nacional dos Analistas do Banco Central (ANBCB), que representa a categoria, mais cedo.
Segundo a ANBCB, o "apagão de dados", sem a divulgação de diversos boletins e estatísticas pelo BC, já afeta as atividades preparatórias do Copom. "Os dados sobre Sistema Expectativas de Mercado (que compõem o Relatório Focus) e Indicadores Econômicos Selecionados não serão atualizados para a próxima reunião do Copom", disse a associação, em nota. O Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal) também tem defendido que as atividades preparatórias para o Copom não configuram serviços essenciais.
A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril e é por tempo indeterminado, em busca de recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira. Nesta tarde, de 16h45 às 17h45, os sindicatos que representam a categoria tinham reunião marcada com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Mas, até o momento, não há informações sobre possíveis avanços no encontro.