Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil teve superávit comercial de 4,5 bilhões de dólares em maio, menor para o mês desde 2015 (+2,8 bilhões de dólares), num mês marcado por queda mais forte na ponta das exportações, divulgou o Ministério da Economia nesta segunda-feira. O dado veio um pouco abaixo da projeção de um superávit de 4,743 bilhões de dólares, segundo pesquisa Reuters com analistas.
As exportações somaram 17,9 bilhões de dólares no mês, recuo de 4,2% sobre igual mês do ano passado, afetadas pelo forte recuo dos preços internacionais em meio ao desaquecimento da demanda global com a crise do coronavírus.
Segundo o ministério da Economia, houve retração de 15,6% nos preços dos bens vendidos pelo Brasil ante maio de 2019. Já o volume comercializado subiu 5,6%, com recordes registrados no período para todos os meses da série histórica para embarques de petróleo, açúcar, farelo de soja, café e carne bovina.
No setor agropecuário, o volume exportado aumentou 36,1%.
"O bom desempenho exportador do agronegócio tem compensado o recuo observado para as exportações de produtos industrializados, conferindo resiliência ao setorexportador nacional e contribuindo para uma queda menos acentuada da atividade doméstica, em um contexto de queda progressiva do PIB global", disse o Ministério da Economia em nota.
Na comparação com maio do ano passado, as exportações para Ásia subiram 27,7%. Somente para China, Hong Kong e Macau o crescimento foi de 35,2%.
IMPORTAÇÕES
As importações do país caíram 1,6% em maio sobre um ano antes, a 13,4 bilhões de dólares. Em nota, o ministério ressaltou que o dado foi fortemente afetado pelas operações de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no total de 2,7 bilhões de dólares, no âmbito do regime aduaneiro especial Repetro-Sped.
Desconsiderado esse efeito, as importações teriam sofrido uma queda de 21,7% pela média diária em relação a maio de 2019.
Caíram as compras de combustíveis (-61,6%), bens de consumo (-24,3%) e bens intermediários (-11%) sobre igual período do ano passado.
Nos primeiros cinco meses do ano, o saldo da balança comercial ficou positivo em 16,3 bilhões de dólares, queda de 17,9% em relação à mesma etapa de 2019 pela média diária das operações.
O Ministério da Economia reafirmou nesta segunda-feira sua previsão de um saldo comercial positivo em 46,6 bilhões de dólares, contração de 3% sobre o resultado do ano passado, em cálculo que já leva em conta o impacto global da pandemia.