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Charge da semana: Fed e BCE se preparam para tacada decisiva

Publicado 09.03.2023, 23:36
Atualizado 10.03.2023, 13:34
© Investing.com

Por Geoffrey Smith

Investing.com – Os mercados financeiros terão pela frente duas semanas tensas.

Os investidores passaram os últimos dias resignados com o fato de que as taxas de juros nos EUA e na zona do euro tendem a subir mais do que o esperado na virada do ano. As esperanças de um fim rápido para o aperto monetário e uma “virada” de postura mais cedo, para cortes de juros até o fim do ano, parecem agora perdidas.

As taxas de curto prazo refletem expectativas de pico de 5,5% nos juros básicos dos EUA e de 4% para a taxa de refinanciamento do Banco Central Europeu (BCE). São números que estão 0,75% e 1% acima dos níveis atuais. Quanto aos cortes de juros, tudo indica que não ocorrerão antes de 2024.

Diante do aperto maior realizado pelos dois principais bancos centrais do mundo, os ventos contrários para os mercados globais – que prosperaram desde 2009 diante da disponibilidade de dinheiro historicamente barato – devem se intensificar, pelo menos no curto prazo.

No entanto, há razões para acreditar que nem a reunião do BCE em Frankfurt, na próxima quinta-feira, nem a do Federal Reserve, na semana seguinte, serão tão rígidas quanto se teme.

Em primeiro lugar, presidente do Fed, Jerome Powell, deixou bastante espaço de manobra para o banco na terça-feira, quando afirmou ao Comitê Bancário do Senado que o Fed poderia voltar a subir juros de forma mais intensa, “se a totalidade dos dados indicarem que acelerar o aperto é o mais apropriado”.  

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A perda de credibilidade que isso acarretaria, depois de afirmar que a tendência desinflacionária havia começado, faz com que o aumento de 25 pontos-base (pb) ainda seja o resultado mais provável para a próxima reunião de política monetária dos EUA.

Em segundo lugar, o BCE provavelmente não irá querer dar esse passo primeiro. O mais provável é que a instituição eleve as taxas em 50 pb, mas a principal variável – a projeção de Lagarde para a reunião subsequente de maio – deve ser mitigada pela noção de que quase nunca vale a pena demonstrar uma rigidez maior que a do Fed.

A US$ 1,06, o euro ainda está barato em relação ao dólar, razão pela qual as empresas da zona do euro têm uma clara vantagem de financiamento em relação a seus pares norte-americanos, o que é ainda mais favorável diante de como os custos de energia e salários aumentaram no continente, em comparação com os EUA.

Dessa forma, é baixa a probabilidade de que Lagarde se comprometa com mais um aumento de 50 pb em maio.

Afinal, por que ela o faria? A inflação está em queda, apesar da aceleração do núcleo em fevereiro, e os principais indicadores antecipados sugerem que cairá ainda mais a partir do segundo trimestre, em razão da base comparativa mais elevada. O índice de preços ao produtor, em particular, está desacelerando fortemente, com uma queda para “apenas” 15% em fevereiro, em comparação com o pico de mais de 43% em setembro.

Como afirmou Holger Schmieding, economista-chefe do banco Berenberg, os preços do gás natural ainda são o vetor mais importante da inflação na zona do euro e alcançaram o menor patamar desde meados de 2021 na quinta-feira, após um grande terminal de exportação de GNL no Golfo do México obter uma autorização regulatória para retomar as operações.

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Os contratos futuros de TTF holandês, que servem de referência para o noroeste da Europa, que parecia se estabilizar quatro ou cinco vezes acima da faixa histórica de negociação, após a perda do gás russo barato, são agora negociados a preços duas vezes maiores. Embora isso ainda seja prejudicial para a indústria que faz uso intensivo de energia (basta ver a redução de capacidade da BASF anunciada no mês passado), é menos provável que faça alguma diferença entre a vida e a morte das empresas da zona do euro.  

Mas, embora a inflação esteja recuando, ainda há uma grande incerteza quanto à sua tendência futura. Os preços dos alimentos, em particular, permanecem elevados, em razão dos efeitos defasados dos transtornos ao comércio global de fertilizantes.

Konstantinos Venetis, do TS Lombard, em uma prévia da reunião do Banco da Inglaterra que ocorre um dia após a do Fed, destaca que a inflação nunca cai em linha reta, para a insatisfação tanto dos membros mais rígidos quanto dos mais flexíveis do Comitê de Política Monetária. Seus colegas em Washington e Frankfurt provavelmente compartilham da mesma sensação.

Na mente dos três bancos centrais na próxima quinzena estarão os primeiros sinais de estresse no sistema bancário dos EUA. A quebra do Silvergate, banco com forte atuação junto a empresas do mercado cripto, até pode ser considerado um evento isolado e restrito a esse nicho específico dos mercados financeiros. Mas os problemas do SVB, conhecido como “banco do Vale do Silício", é uma história completamente diferente, diante das perdas ainda não contabilizadas com empréstimos para startups. Afinal, a maior parte do sistema financeiro dos EUA, seja no atacado, seja no varejo, apostou pesado em empresas de tecnologia de uma forma ou de outra na última década.

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Antes da última crise financeira em 2008, os bancos centrais seguiram aumentando os juros muito tempo depois de os problemas sistêmicos se tornarem evidentes, tornando o crash subsequente pior do que poderia ter sido.  Como as autoridades tendem a se concentrar demais na última guerra, e não na que está por vir, o risco é que esta geração de banqueiros centrais se incline para o sentido contrário.

“Estamos nos aproximando do ponto em que os custos macro de manter os juros altos demais por muito tempo podem acabar superando os benefícios”, alertou Venetis, da TS Lombard. “À medida que o ciclo de aperto entra na sua fase madura, é necessário que a política monetária assuma um viés mais equilibrado.”

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