XANGAI (Reuters) - A China manteve suas taxas de empréstimo inalteradas nesta quarta-feira, em movimento inesperado, com os mercados avaliando a decisão como cautela de Pequim para adotar mais medidas de afrouxamento conforme a economia desacelera devido aos lockdowns contra a Covid-19.
Em contraste com a maioria das principais economias, que começou a apertar a política monetária para combater a inflação, a China acelerou o afrouxamento para conter a desaceleração.
Mas tal divergência em relação aos principais bancos centrais do mundo pode provocar saídas de capital, ampliando a pressão sobre o iuan.
A taxa primária de empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de um ano foi mantida em 3,70% e a LPR de cinco anos permaneceu em 4,60%.
Marco Sun, analista-chefe de mercados do MUFG Bank, disse que a divergência de política monetária entre a China e os Estados Unidos deve continuar apesar da manutenção da LPR em abril, já que a postura do banco central chinês parece ser mais "dovish", ou seja, inclinada a estímulos monetários.
"A recuperação da Covid é uma tarefa desafiadora para as autoridades globais", disse Sun, acrescentando que o impacto econômico da mais recente onda de infecções por Covid-19 continua incerto.
Sun ainda vê uma chance de redução da LPR no segundo trimestre deste ano.
Uma ampla maioria dos 28 operadores e analistas consultados em pesquisa da Reuters nesta semana esperava redução das taxas neste mês.
Entre eles, 11, ou 39%, previam corte de 5 pontos básicos em ambas as taxas.
(Reportagem de Winni Zhou e Andrew Galbraith)