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Chuva na região das hidrelétricas do Brasil segue fraca no período úmido

Publicado 29.01.2021, 15:50
© Reuters. Dispositivo para medição do nível do reservatório da usina hidrelétrica de Furnas, em São José da Barra (MG)

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem continuar significativamente abaixo da média histórica em fevereiro, em um período tradicionalmente positivo para as precipitações.

Projeções divulgadas nesta sexta-feira pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam para chuvas em volume importante apenas no Sul, onde a capacidade de armazenamento das usinas é baixa, com volumes inferiores em todas demais regiões.

A hidrologia negativa ainda vem em momento em que o país já tem recorrido ao uso de termelétricas para atender à demanda desde meados de outubro, mesmo com a chegada a partir de novembro do chamado "período úmido", que vai até abril.

As chuvas devem ficar em apenas 68% da média histórica em fevereiro na região das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste, que concentram os maiores reservatórios, disse o ONS em boletim nesta sexta-feira.

No Nordeste, segunda região em termos de lagos, elas foram estimadas em 30% da média, enquanto no Norte, onde ficam grandes usinas, foram vistas em 66%. A projeção do ONS é positiva apenas para o Sul, com 194% do tradicionalmente visto nesta época.

"Se você pensar que o Sudeste é uma piscina olímpica, o Sul é um balde, praticamente. Como não está chovendo no Sudeste, estamos de fato em uma situação bem crítica", disse o presidente da comercializadora de energia Bolt, Gustavo Ayala.

A continuidade desse cenário exigiria que as térmicas ficassem ligadas por mais tempo, o que pressionaria as tarifas de energia dos consumidores, acrescentou ele.

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Apesar desse certo aperto na oferta, não há uma situação de risco de suprimento, uma vez que a pandemia de coronavírus desacelerou o crescimento da demanda, disse o sócio da comercializadora True, Gustavo Arfux.

"Está bem fraco mesmo (em chuvas), a perspectiva não é muito boa. Mas essa melhora no Sul ajudou um pouquinho a condição. E ainda tem fevereiro, março e abril inteiros pela frente, vamos ver o que acontece", afirmou.

"Talvez a gente precise continuar com essa complementação (termelétrica). Mas a condição de suprimento está tranquila por enquanto. Como também o consumo não está muito grande, meio que uma coisa compensa a outra."

O uso de térmicas, no entanto, ainda pode ser eventualmente ampliado caso o órgão ambiental Ibama decida determinar uma redução na geração da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, por preocupações ambientais sobre o volume de água liberado pela usina para o rio Xingu.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disse que uma decisão do Ibama nesse sentido custaria cerca de 1,3 bilhão de reais aos consumidores de energia apenas em janeiro e fevereiro devido ao uso de termelétricas mais caras.

O Ibama exigiu que Belo Monte reduzisse em janeiro sua vazão, com impacto negativo sobre a produção de energia, ao alegar impactos ambientais da usina maiores que o previsto em seu licenciamento. O órgão deve decidir nos próximos dias sobre a vazão a ser adotada em fevereiro e no restante do ano.

DEMANDA RECUPERANDO

A demanda por energia, por sua vez, deve seguir em ritmo de recuperação em fevereiro, com níveis acima dos vistos antes da pandemia, embora os impactos da Covid-19 tenham feito o consumo de eletricidade no Brasil recuar em 2020, quando antes se esperava um significativo crescimento.

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O ONS disse que a carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve fechar fevereiro com alta de 1,9% ante mesmo mês do ano passado.

O Sudeste/Centro-Oeste deve ter o maior aumento, com avanço de 2,7% em base anual, enquanto o Nordeste deve ver o menor crescimento, de 0,5%, segundo boletim do ONS.

Em abril passado, primeiro mês impactado por quarentenas contra a Covid-19 que fecharam comércios pelo país, a carga chegou a desabar quase 12% em base anual.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou na semana passada que o consumo de eletricidade no Brasil recuou 1,5% em 2020. Antes da pandemia, a entidade projetava avanço de 4,2%, que seria o maior desde 2013.

(Por Luciano Costa)

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