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Comércio sobe, juros descem: Confira os principais indicadores da semana

Publicado 06.12.2019, 18:44
Atualizado 08.12.2019, 13:58
© Reuters.
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Por Paula Salati

Investing.com - Divulgação dos dados do varejo brasileiro e decisão sobre taxas de juros são alguns dos eventos mais importantes dessa semana.

O dia mais agitado será na quarta-feira (11/12), quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) definirá a nova taxa básica de juros (Selic) do país.

Lá fora, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) também se reúne para decidir os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos (EUA).

A expectativa é de que os dados internos confirmem o cenário de reaquecimento gradual da economia brasileira, que vem sendo balizado por uma recuperação do consumo e serviços, diante de um cenário de juros e inflação mais baixos, retomada do crédito para a pessoa física e avanço da massa salarial.

Em relação à PMC, a mediana das expectativas de mercado apontam aumento de 0,7% no comércio varejista em outubro, em relação a setembro.

Indicadores antecedentes indicam que o aumento das vendas dos supermercados e dos veículos impulsionaram a receita do setor no período.

Em comparação a outubro de 2018, o assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, prevê um crescimento de 2% para o comércio. Ele lembra que o Índice Cielo (SA:CIEL3) do Varejo Ampliado (ICVA) registrou expansão real (descontada a inflação) de 5,2% em outubro, contra setembro.

Em termos nominais, que reflete a receita de vendas observadas pelo varejista, o ICVA teve avanço 6,9%. “Este é um indicador importante para verificar a dinâmica do setor”, diz Dietze.

Outros dados indicam um resultado mais positivo para o comércio. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou na semana passada (04/12), por exemplo, que as vendas do ramo cresceram 4,3% em outubro, em relação a setembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, as vendas expandiram 5,78%. Entre janeiro e setembro, a alta foi de 3,48%.

Já o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian (LON:EXPN) subiu 2,9% em outubro, na comparação anual. Os dados divulgados na quinta-feira (05/12) mostram que os resultados foram puxados, principalmente, pelas vendas de veículos, motos e peças (+5,2%), seguido dos supermercados, alimentos e bebidas (+3%), material de construção (+2,9%), móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática (2,7%), e tecidos, vestuário, e calçados (+2,7%).

Dietze projeta um crescimento anual de 4% para o comércio, em 2019. Segundo ele, isso é resultado de uma combinação de recuperação da confiança dos consumidores, do crédito para a pessoa física, retomada do emprego e renda e cenário de taxas de juros mais baixas.

Especificamente sobre o mês de outubro, a liberação do FGTS também ajudou a impulsionar o setor, algo que deve se reverberar para os dois últimos meses do ano.

Já em novembro, serão contabilizados os ganhos do período da Black Friday, que foram bastante positivos para as grandes varejistas.

O grupo Via Varejo (SA:VVAR3), por exemplo, dono do Extra, Casas Bahia e Ponto Frio, informou que o seu faturamento foi de R$ 1,1 bilhão somente na sexta-feira (29/11).

Já os dados da Ebit Nielsen mostraram que o varejo brasileiro conseguiu faturar 23,6% a mais com a Black Friday deste ano, em relação a 2018. Isso representou um faturamento de R$ 3,2 bilhões, considerando as vendas realizadas na quinta e na sexta.

“Para novembro, esperamos um crescimento anual de 7% no varejo. Diante dessa magnitude, acreditamos que teremos o melhor Natal desde 2015, quando estávamos ainda passando por uma forte recessão econômica”, diz o assessor da FecomércioSP.

Para Dietze, o mesmo dia ainda trará outra notícia positiva para o comércio. Isso porque nesta quarta-feira, o Banco Central definirá a nova taxa básica de juros (Selic). A maioria do mercado espera corte de 0,5 ponto percentual na taxa, levando-a para 4,5%.

Para ele, o juro baixo veio para ficar. “As taxas de juros de longo prazo estão baixas”, reforça Dietze.

Federal Reserve (Fed) deve manter juros estável nos EUA

Já nos EUA, a perspectiva é de estabilidade nos juros. Na quarta-feira, o Fed deverá manter inalterado o intervalo da taxa de juros dos Estados Unidos (EUA) entre 1,5% e 1,75%, conforme a maioria das expectativas do mercado.

Em discursos públicos, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem dito que precisaria haver uma aceleração muito forte da inflação para que o país aumentasse os juros, o que ainda não é o caso.

Sobre a probabilidade de reduzir mais taxa, o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, afirma que, por enquanto, essa possibilidade não está no radar, tendo em vista que o risco de recessão no país foi reduzido. “Há pouca probabilidade disso ocorrer neste momento”, diz o economista.

Campos Neto avalia que a economia americana ainda apresenta certa solidez. Os dados de mercado de trabalho divulgados na última sexta-feira (06/12), por exemplo, demonstram essa dinâmica. Em novembro, houve uma geração de 266 mil novos postos de trabalho nos EUA.

Para 2020, a Tendências espera que a economia americana cresça em torno de 2%, ainda sustentada pelo consumo das famílias, que tem sido beneficiado pela baixa taxa de desemprego.

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