Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A entrada robusta de novos pedidos diante do fortalecimento da demanda levou o volume de produção da indústria brasileira a registrar o nível mais forte em oito meses em novembro e os empresários a contratarem novos funcionários, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo IHS Markit mostrou que o PMI da indústria do país subiu a 52,7 no mês de novembro, ante os 51,1 de outubro, permanecendo acima do nível de 50 que indica crescimento.
Os entrevistados apontaram fortalecimento tanto da demanda interna quanto externa, o que ajudou o total de novos pedidos a aumentar ao ritmo mais forte desde abril. O crescimento foi observado em cada um dos três subsetores monitorados, liderados pelo de bens de consumo.
Após quedas em setembro e outubro, os novos pedidos para exportação voltaram a registrar aumento em novembro, de acordo com o IHS Markit, embora algumas empresas tenham sugerido que vendas relativamente baixas para a Argentina seguraram o crescimento.
As categorias de bens de consumo e de bens intermediários mostraram crescimento no volume de novos pedidos de exportação, mas a de bens de capital teve queda.
Com o aumento no volume de produção, a contratação de funcionários registrou o ritmo mais forte desde março e as quantidades de compras de insumos aumentaram, em meio às tentativas de reposição de estoques e previsão de crescimento das vendas.
Em relação aos custos, de um lado as empresas citaram preços mais altos de itens como produtos químicos, combustíveis, metais e produtos têxteis, e de outro redução nos custos de papelão, soda cáustica, glicerol, solventes, silicone e fios.
Assim, a taxa de inflação de insumos atingiu um recorde de baixa de 16 meses e, em consequência, os preços de venda também apresentaram no mês avanço mais fraco.
Em novembro, o otimismo em relação aos negócios no setor industrial atingiu o melhor nível da série histórica iniciada em abril de 2012, em meio a oportunidades de fusões, intenções de investimento e mudança de governo.
O IHS Markit informou que cerca de 77 por cento das empresas mostraram confiança de que a produção vai se expandir nos próximos 12 meses, e apenas 1 por cento demonstrou pessimismo.