Guillen, do BC, reitera que Selic permanecerá restritiva por período prolongado

Publicado 08.08.2025, 10:54
Atualizado 08.08.2025, 10:55
© Reuters. Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillenn27/03/2025nREUTERS/Adriano Machado

(Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, sinalizou nesta sexta-feira que a taxa de juros Selic, agora em 15%, permanecerá em patamar restritivo por "período bastante prolongado" a fim de trazer a inflação de volta à meta, reiterando comunicação recente da autarquia.

Falando no Fórum Jota, em São Paulo, Guillen sugeriu que o momento atual, que inclui a entrada em vigor da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, é de cautela, o que justifica a decisão dos membros do BC em sua reunião de julho de interromper o ciclo de altas de juros.

"A gente optou por uma interrupção e antecipou agora continuar essa interrupção. Dada a toda incerteza, (precisamos) ter cautela", disse Guillen. "Vai ser um período bastante prolongado de taxa significativamente contracionista para levar a inflação à meta, que é o compromisso."

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu de forma unânime no mês passado manter a Selic em 15%, mencionando em sua ata que os vetores inflacionários seguem adversos, com pressões no mercado de trabalho, expectativas de inflação desancoradas e projeções de preços elevadas.

Nesta sexta, Guillen reforçou a comunicação da autarquia desde o encontro, indicando que as autoridades precisam de tempo para verificar se o nível atual da taxa de juros é "apropriado" para fazer a inflação convergir para a meta -- de 3%, com margem de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.

Segundo o diretor, a atividade econômica resiliente no Brasil foi responsável por levar a inflação a patamares altos, acrescentando que o BC tem observado "surpresas baixistas" para o nível dos preços e redução das expectativas de inflação em "horizontes mais curtos".

"Não foi uma mudança na economia que levou a uma inflação mais alta. Foi o fato de ter tido uma atividade mais forte. A gente tem tratado desse tema, tem a ver com fiscal, com mercado de trabalho mais dinâmico", afirmou.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)teve alta de 0,24% em junho, acumulando em 12 meses avanço de 5,35%, acima do teto da meta de inflação do BC.

Guillen disse que não duvida da eficiência e potência da política monetária e apontou que o impacto da taxa de juros sobre o crescimento econômico atual está conforme esperado pela autarquia.

Ele afirmou estar confortável com o modelo atual do BC, mas que isso não significa que a instituição não esteja constantemente "pensando e inovando".

 

(Por Eduardo Simões e Fernando Cardoso)

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