Ibovespa sobe após Moraes suspender decretos sobre IOF

Publicado 04.07.2025, 08:33
Atualizado 04.07.2025, 11:40
© Reuters Ibovespa sobe após Moraes suspender atos que introduziram e derrubaram alta do IOF

O Ibovespa abriu no zero a zero na manhã desta sexta-feira, 4, e logo migrou para o negativo, refletindo o recuo do petróleo e das bolsas europeias. Hoje a liquidez promete ficar baixa novamente na B3 (BVMF:B3SA3), devido ao fechamento dos mercados americanos, por conta do feriado pelo Dia da Independência, e a agenda global esvaziada. Aqui, sai apenas a balança comercial de junho.

Na sequência, o índice foi para o positivo e passou a renovar máximas na faixa dos 141 mil pontos, em meio à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Moraes determinou a suspensão dos efeitos tanto dos decretos do governo Lula sobre o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), como do decreto legislativo que derrubou a medida do governo.

A tomar a decisão, Moraes citou o que o "indesejável embate entre medidas do Executivo e Legislativo, com sucessivas e reiteradas declarações antagônicas contraria fortemente" o princípio constitucional que "determina a independência dos Poderes e exige a harmonia entre eles".

"É uma decisão de positiva a neutra", pontua o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Para Laatus, "já estava precificado. O Moraes foi bagre, ensaboou. Em teoria, desagradou ao governo ao derrubar o IOF. Ao mesmo tempo, agradou ao governo derrubando a decisão do Congresso. Assim, é neutro", explica, completando que literalmente o caso volta à estaca zero.

Também na avaliação de Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, com essa decisão, o ministro Moraes parece ter preferido não se indispor nem com o governo nem com o Congresso. Segundo ele, a decisão pode ser bem vista, mas agora, diz, o governo precisa repensar e propor algo novo.

Na quinta-feira, 3, apesar de o Ibovespa ter terminado a sessão em marca inédita, aos 140.927,86 pontos, alta de 1,35%, o volume negociado foi de R$ 16,5 bilhões, aquém da média diária em torno de R$ 20 bilhões, em meio ao encerramento mais cedo dos negócios nos Estados Unidos.

Com perspectiva de perda de liquidez e de referência de preços, além da fragilidade externa, o Índice Bovespa pode realizar parte dos recentes lucros, segundo Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.

O petróleo cai quase 1%, nesta manhã, e o minério de ferro fechou em alta de 0,62% nesta sexta-feira em Dalian, na China. Petrobras (BVMF:PETR4) cedia entre 0,09% (PN) e 0,20% (ON), enquanto Vale (BVMF:VALE3) subia 0,16%, às 11h16.

O Ibovespa tende a fechar a semana com valorização considerável. Até o horário citado acima, acumulada elevação de 3,19% no período, após ceder 0,18% na semana passada.

No exterior, as negociações tarifárias americanas continuam no radar dos investidores. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta que espera anunciar mais acordos comerciais similares ao pacto firmado com o Vietnã, à medida que o prazo de 9 de julho para concluir negociações tarifárias se aproxima. Trump afirmou ainda que enviará cartas individuais com informações sobre tarifas que cada parceiro comercial pagará. Em meio a essa aproximação, as bolsas europeias caem.

"Isso deixa em particular os agentes na União Europeia em alerta, dado que ainda não há sinais de acordo entre as partes", avalia Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria, em nota.

Na tarde desta sexta, o republicano assinará o seu projeto de lei orçamentário em cerimônia e, no Brasil, sairá a balança comercial de junho.

Às 11h20, o Ibovespa subia 0,23%, aos 141,254,96 pontos, na máxima, depois de cair 0,23%, na mínima aos 140.596,75 pontos, vindo de abertura de 140.927,86 pontos, com variação zero. Algumas ações de grandes bancos iam para o positivo, caso de Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) (0,58%) e BB (BVMF:BBAS3) (0,76%) após a decisão de Moraes.

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