Instituições passam a ver chance maior de recessão nos EUA; J.P.Morgan prevê 60% de chance

Publicado 04.04.2025, 13:16
Atualizado 04.04.2025, 13:20
© Reuters. Operadores na Bolsa de Valores de Nova Yorkn03/04/2025nREUTERS/Brendan McDermid

Por Siddarth S

(Reuters) - O J.P. Morgan passou a ver a chance de uma recessão global e nos Estados Unidos em 60%, à medida que instituições financeiras se esforçam para revisar seus modelos de previsão, uma vez que as tensões comerciais ameaçam minar a confiança de empresários e desacelerar o crescimento.

O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas sobre dezenas de países nesta semana. A China retaliou nesta sexta-feira com suas próprias taxas sobre os produtos norte-americanos, elevando as preocupações com a escalada de uma guerra comercial e causando perdas nos mercados globais.

O J.P. Morgan disse que agora vê 60% de chance de a economia global entrar em recessão até o final do ano, em comparação com os 40% anteriores.

"As políticas dos EUA têm sido reconhecidas como o maior risco para as perspectivas globais durante todo o ano", disse o banco em uma nota na quinta-feira, acrescentando que a política comercial do país se tornou menos favorável aos negócios do que o previsto.

"O efeito provavelmente será ampliado por meio de retaliações (tarifárias), uma queda na confiança empresarial dos EUA e interrupções na cadeia de suprimentos."

A S&P Global também aumentou sua probabilidade "subjetiva" de uma recessão nos EUA para entre 30% e 35%, em comparação com 25% em março.

Na semana passada, antes do anúncio de 2 de abril, o Goldman Sachs (NYSE:GS) também aumentou a probabilidade de uma recessão nos EUA de 20% para 35%, observando que os fundamentos econômicos não eram tão fortes quanto nos anos anteriores.

O HSBC disse na quinta-feira que a narrativa da recessão ganhará força, mas acrescentou que parte disso já está "precificada".

Outras instituições, incluindo Barclays (LON:BARC), BofA (NYSE:BAC) Global Research, Deutsche Bank, RBC Capital Markets e UBS Global Wealth Management, também alertaram que a economia dos EUA enfrenta um risco maior de cair em uma recessão neste ano se as novas imposições de Trump permanecerem em vigor.

O Barclays e o UBS advertiram que a economia dos EUA poderia entrar em território de contração, enquanto outros analistas previram um crescimento econômico entre 0,1% e 1%.

PROJEÇÕES PARA O FED

Embora as tarifas possam sufocar o crescimento econômico, alguns analistas esperam que isso possa dar mais espaço para o Federal Reserve reduzir ainda mais a taxa de juros, a fim de impulsionar a atividade econômica.

O J.P. Morgan disse que espera que o choque tarifário seja "modestamente atenuado" pela perspectiva de novos cortes de juros.

O Goldman estima três cortes de juros até o final do ano, em comparação com as expectativas de dois cortes antes do anúncio das tarifas de Trump.

O UBS prevê que o Fed reduzirá os juros entre 75 e 100 pontos-base até o final de 2025.

O Citigroup (NYSE:C) reiterou sua previsão de reduções no valor de 125 pontos-base a partir de maio, enquanto o J.P. Morgan manteve sua expectativa de duas reduções de 25 pontos-base.

Instituições Probabilidade de Probabilidade de

recessão nos EUA recessão nos EUA após

antes das as tarifas de Trump

tarifas de Trump

J.P.Morgan 40% 60%

Goldman Sachs 20% 35%

S&P Global 25% 30-35%

HSBC - 40%

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