Investing.com – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) americano apresentou alta de 0,3% em dezembro, acima dos 0,2% esperados e 0,1% anteriores, segundo dados divulgados nesta quinta, 11 de janeiro. Dessa forma, o indicador anual passou de 3,1% para 3,4%, mais longe da meta do Federal Reserve, que é de 2%.
O núcleo, que exclui itens voláteis, veio conforme esperado em dezembro, com uma variação de 0,3%, igual a de novembro. Assim, o núcleo anual passou de 4% para 3,9%.
Enquanto isso, os pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos Estados Unidos chegaram a 202 mil, abaixo da projeção de 210 mil e do dado revisado anterior de 203 mil, segundo divulgou o Departamento de Trabalho.
Já o número de solicitações contínuas de 1,834 milhão foi inferior ao 1,871 milhão esperado e aos 1,868 milhão anteriores.
Após a divulgação dos dados, às 10h45 (de Brasília), os futuros da Nasdaq 100 ganhavam 0,11%, enquanto os da S&P 500 estavam em desvalorização de 0,02% e os da Dow Jones perdiam 0,04%.
No Brasil, o Ibovespa Futuros caía 0,07% e o dólar hoje apresentava baixa de 0,46%, a R$4,86.
Analistas divergem sobre os impactos na política monetária, tendo em vista que o indicador cheio veio acima das expectativas, mas não o núcleo. O mais importante, segundo o analista Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos, seria o núcleo conforme esperado. “O mercado, na minha opinião, não considerou isso como realmente alguma coisa que impacte em mudança na próxima decisão do Fed”, avalia.
Marcela Kawauti, economista da Lifetime Asset, pensa diferente. Para Kawauti, “o resultado pior do que o esperado deve mudar as apostas em relação ao início de cortes de juros, colocando a normalização das taxas de juros mais próximas do final do primeiro semestre do ano”.
A segunda parte do processo de desinflação é mais lenta do que a primeira, aponta Gustavo Sung, economista-chefe Suno Research. “Ao nosso ver, ainda há um caminho a ser percorrido para que a inflação convirja para a meta de longo prazo, de 2,0%. Acreditamos que o mercado está otimista com possíveis cortes na taxa de juros em março. A nossa expectativa é de que ocorra apenas no segundo trimestre deste ano”, completa.