Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Os preços de alimentos e de remédios pressionaram e a inflação brasileira voltou a acelerar em abril, acima do esperado, mas no acumulado em 12 meses houve alívio, sustentando as expectativas de corte nos juros básicos mais à frente pelo Banco Central.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,61 por cento em abril, após alta de 0,43 por cento em março, quando havia mostrado forte desaceleração em relação ao mês anterior. Apesar da aceleração, essa é a menor leitura para abril desde 2013 (0,55 por cento).
Em 12 meses até abril, o índice acumulou avanço de 9,28 por cento, frente a 9,39 por cento em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Essa foi a terceira queda seguida no índice acumulado e o segundo mês abaixo de 10 por cento. Mesmo assim, a inflação permanece bem acima do teto da meta do governo para este ano, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,54 por cento na base mensal e de 9,20 por cento na comparação anual.
REMÉDIOS
As principais influências para o resultado de abril do IPCA, apontou o IBGE, foram os grupos Alimentação e Bebidas e Saúde e Cuidados Pessoais.
Os preços com saúde subiram 2,33 por cento em abril, após alta de 0,78 por cento no mês anterior, representando impacto de 0,26 ponto percentual no índice do mês. A maior pressão foi exercida pela alta de 6,26 por cento dos remédios.
Já o grupo Alimentação e Bebidas, que tem importante peso sobre a renda das famílias, mostrou desaceleração da alta em abril a 1,09 por cento, sobre 1,24 por cento antes, mas ainda assim teve a maior influência sobre o resultado, com 0,28 ponto percentual.
(Edição de Patrícia Duarte)