WASHINGTON (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) provavelmente encerrará seu esquema de compra de títulos no início do terceiro trimestre e aumentará as taxas de juros antes do fim do ano, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, à CNBC nesta sexta-feira, descrevendo a saída do banco da era de estímulo monetário da pandemia.
Com a inflação em máximas recordes e ainda em alta, o BCE vem cautelosamente desfazendo o apoio há meses, e os formuladores de política monetária agora estão falando abertamente sobre a possibilidade de um aumento dos juros, que seria o primeiro para o banco em mais de uma década.
"Se a situação continuar como prevista no momento, há uma forte probabilidade de que as taxas sejam aumentadas antes do fim do ano", disse Lagarde. "Em que medida, quantas vezes, ainda restar ver, e será dependente de dados."
O BCE confirmou na semana passada planos de encerrar as compras de títulos, conhecidas como flexibilização quantitativa, em algum momento do terceiro trimestre, mas Lagarde disse que o movimento deve acontecer no início do trimestre.
Tal cronograma sugeriria que o BCE poderia estar pronto para aumentar as taxas na reunião de 21 de julho, já que a conclusão das compras de títulos é considerada uma pré-condição para qualquer movimento na taxa de juros.
A inflação anual atingiu 7,5% no mês passado, quase quatro vezes a meta de 2% do BCE, e ainda pode subir até meados do ano.
Mas a guerra na Ucrânia está complicando a vida do BCE, à medida que os altos preços da energia e as sanções à Rússia minam a confiança, consomem o poder de compra e reduzem profundamente o crescimento.
Ainda assim, Lagarde disse que a economia do bloco continuará crescendo e que a estagflação --período de alta inflação combinado à estagnação da produção econômica-- é improvável.
(Por Balazs Koranyi)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447757)) REUTERS JCG IV