Mercado reduz projeção de inflação neste ano e vê PIB mais alto em 2025 e 2026, mostra Focus

Publicado 22.04.2025, 08:56
© Reuters. Rua de comércio no Rio de Janeiron07/10/2020.  REUTERS/Pilar Olivares

SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central reduziram sua projeção para a inflação neste ano, mantendo a expectativa para o nível dos preços em 2026, enquanto elevaram as previsões para o crescimento da economia brasileira nos dois períodos, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta terça-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,57% ao fim deste ano, abaixo da previsão de avanço de 5,65% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,00% neste ano, ligeiramente acima da projeção de expansão de 1,98% na semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento subiu para 1,70%, de 1,61% anteriormente.

Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 15ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic se encontra em 14,25% ao ano.

O resultado vem na esteira de mais uma semana marcada por temores sobre uma recessão global provocada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os mercados reagindo ao anúncio de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA em 2 de abril, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana.

Uma semana depois, Trump interrompeu as taxas "recíprocas" para a maioria dos países, mantendo em vigor a tarifa universal de 10%, mas as tensões com a China, por outro lado, continuaram a escalar. Após trocas de retaliações Trump impôs taxa de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com uma tarifa de 125%.

No Focus desta segunda houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$5,90 e queda da projeção para 2026 a R$5,96, de R$5,97 na semana anterior.

A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 6,02% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.

 

(Por Fernando Cardoso)

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