Investing.com - A economia dos EUA criou 254 mil empregos não-agrícolas em setembro, segundo informou o relatório payroll do Departamento de Trabalho na manhã desta sexta-feira, 04 de outubro. O número veio muito acima do consenso, que era de 147 mil vagas, e do dado anterior de 159 mil (revisado de 142 mil).
“Em setembro, o emprego continuou a crescer em serviços de alimentação e bebidas, saúde, governo, assistência social e construção”, destacou o Departamento de Trabalho.
O Departamento informou ainda que a revisão no total de empregos não-agrícolas para julho foi elevada em 55 mil, e para agosto foi elevada em 17 mil. “Com essas revisões, o total de empregos em julho e agosto combinados é 72 mil superior ao relatado anteriormente”, completa.
A taxa de desemprego caiu para 4,1%, contra 4,2% esperados e anteriores. A taxa de participação de trabalhadores na PEA seguiu em 62,7%. A expansão do ganho médio por hora trabalhada foi de 0,4%, abaixo dos 0,3% esperados e do dado anterior de 0,5% (revisado de 0,4%).
Após a divulgação dos dados, às 9h33 (de Brasília), os futuros da Nasdaq 100 Futuros subiam 0,66%, enquanto os da S&P 500 Futuros ganhavam 0,47%, e Dow Jones Futuros estava em alta de 0,31%. O Ibovespa Futuros registrava queda de 0,37% e o dólar no Brasil subia 0,64% a R$5,5111.
Os dados reduzem o risco de uma recessão “e confirmam cada vez mais o cenário de pouso suave da economia norte-americana”, na avaliação de Rafael Perez, economista da Suno. Essa é a mesma opinião do economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, que entende que os indicadores devem afastar a hipótese de um enfraquecimento robusto no mercado de trabalho americano. “O cenário do pouso suave está cada vez mais consolidado”, concorda.
Segundo o economista Maykon Douglas, os dados reforçam a visão de que o Federal Reserve tende a cortar os juros em 25 bps nas duas próximas reuniões deste ano. “O Fed reconhece a resiliência do emprego e seu perfil ainda benigno, apesar da nítida desaceleração na geração de vagas e nos ganhos salariais em relação ao ano passado. Portanto, também tendo em vista os últimos dados de consumo e atividade, o BC americano não deve ser tão agressivo ao afrouxar a política monetária”.