Investing.com – A dependência de dados econômicos, incluindo inflação, mercado de trabalho e demais projeções, segue dominando o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em coletiva de imprensa após manutenção dos juros. Segundo Powell, os dados recentes mostram, gradualmente, melhor relação entre oferta e demanda no mercado de trabalho, com maior participação e imigração. Assim, agora estaria relativamente apertado, mas não superaquecido como há alguns anos. “Em geral, um grande número de indicadores sugere que as condições no mercado de trabalho retornaram para onde estavam no início da pandemia”, comparou.
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Além disso, o chairman do Fed destacou que a leitura de inflação ao consumidor divulgada hoje é um progresso para que o Fed tenha confiança no futuro de que a inflação segue em direção à meta. No entanto, a autoridade monetária não possui a confiança necessária hoje para optar por um corte nos juros, pois o progresso teria sido modesto.
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“As nossas ações de política monetária são guiadas pelo nosso mandato dual para promover o máximo de emprego e preços estáveis para a população americana”, reforçou Powell.
Nesta quarta-feira, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed decidiu manter a taxa básica de juros na faixa entre 5,25% e 5,50%, ao fim da reunião de dois dias de política monetária. Os membros do colegiado sinalizaram um corte neste ano, segundo mediana das projeções do colegiado.
“Essas projeções não são um plano do Comitê ou qualquer tipo de decisão”, ponderou o presidente do Fed. As fed funds seguem em território contracionista visando o processo de desinflação da economia até a meta de 2%.
Visão dos analistas
Entre as mudanças no entendimento do Fed apontados no comunicado, estão menção a um modesto progresso obtido nos indicadores de inflação, o que justificaria a mudança na projeção de juros para menos cortes somente um neste ano.
“Por outro lado, o FOMC adota uma postura mais agressiva para 2025. No gráfico de pontos, o comitê indicou quatro reduções totalizando um ponto percentual em 2025”, pondera William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.
A trajetória da taxa de juros permanece cautelosamente otimista, diz Kenneth Tjonasam, estrategista de investimentos da Global X ETFs, que indica possibilidade de manter uma postura estável ou mesmo de ver cortes nos juros se os próximos dados tiverem tendências favoráveis.
“Se os dados recebidos continuarem a ser encorajadores, então acreditamos que os responsáveis da Fed poderão celebrar tranquilamente, sussurrando uns aos outros missão cumprida. O sentimento é que estão cautelosamente otimistas, reconhecendo os progressos alcançados sem declarar vitória muito alto”, avalia Tjonasam.
Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, é mais pessimista e afirma que os fundamentos macroeconômicos seriam “consistentes com nenhum corte de juro este ano", mas acredita que "a comunicação do Fed sugere que um corte também é provável”.