Trump atrela tarifas a abertura de mercados

Publicado 24.07.2025, 04:31
Atualizado 24.07.2025, 07:40
© Reuters.  Trump atrela tarifas a abertura de mercados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 23, que sempre cede pontos tarifários em negociações "se conseguir que grandes países abram seus mercados para os EUA". O republicano afirmou que apenas reduzirá as tarifas "se um país concordar em abrir seu mercado". Caso contrário, os EUA devem anunciar "tarifas muito maiores".

Em série de publicações na Truth Social, Trump ainda afirmou que esse é um dos "grandes poderes das tarifas". "Sem elas, seria impossível fazer os países abrirem seus mercados! Sempre tarifas zero para os EUA!", escreveu.

As declarações foram feitas após um novo acordo comercial fechado com o Japão, na terça-feira. Em outra publicação, Trump disse que o país asiático está, "pela primeira vez na história, abrindo seu mercado para os EUA - inclusive para carros de passeio, SUVs, caminhões e tudo mais, até mesmo para produtos agrícolas e arroz, que sempre foram um grande não, não".

"O mercado aberto do Japão pode representar um fator de lucro tão grande quanto as próprias tarifas, mas só foi conquistado por causa do poder das tarifas", acrescentou.

Durante evento sobre inteligência artificial (mais informações nesta página), Trump afirmou - sem citar o Brasil - que "alguns países com quem não estamos nos dando bem pagarão tarifa de 50%". Até o momento, o País é o único com taxação nesse patamar. "Teremos tarifa entre 15% e 50%."

Detalhes

A Casa Branca divulgou ontem detalhes sobre o que chamou de "acordo histórico" de comércio e investimento entre EUA e Japão. O pacto inclui um novo fundo bilionário de investimentos e ampliação de produtos americanos ao mercado japonês. Segundo comunicado do governo dos EUA, o pacto representa "um novo capítulo na cooperação bilateral".

O Japão se comprometeu a investir US$ 550 bilhões "direcionados pelos EUA para reconstruir e expandir indústrias americanas essenciais". De acordo com a Casa Branca, trata-se do maior compromisso de investimento estrangeiro já anunciado por qualquer país e que será aplicado em setores como semicondutores, infraestrutura energética, mineração de minerais críticos, indústria farmacêutica e construção naval.

"Os EUA manterão 90% dos lucros desse investimento, garantindo que os trabalhadores e contribuintes americanos colham a maior parte dos benefícios", afirma. Como parte do novo arranjo, os EUA aplicarão uma tarifa básica de 15% sobre exportações do Japão.

Tóquio se comprometeu a aumentar em 75% as importações de arroz, além de adquirir US$ 8 bilhões em milho, soja, fertilizantes, bioetanol e combustível sustentável para aviação. Empresas japonesas comprarão 100 aviões da Boeing (NYSE:BA) e ampliarão compras de equipamentos militares dos EUA.

"Pela primeira vez, os padrões automotivos americanos serão aprovados no Japão", diz a Casa Branca. Trump comentou que o acordo inclui uma joint venture com o país asiático no Alasca para produção de Gás Natural Liquefeito (GNL).

’Mecanismo inovador’

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o acordo com o Japão e a redução de tarifas recíprocas foram possíveis após os japoneses oferecerem um "mecanismo inovador de financiamento".

Em entrevista à Bloomberg TV, Bessent disse que o novo sistema consistirá na provisão de ativos e fundos, formando um novo capital que será redirecionado para "indústrias específicas" para eliminar riscos nas cadeias de oferta.

"O Japão conseguiu tarifas de 15% por conta do mecanismo inovador. Mas a União Europeia (UE) ainda não teve nada inovador", respondeu, ao ser questionado sobre a diferença nas negociações entre os parceiros comerciais.

No entanto, Bessent afirmou que as negociações com contrapartes europeias estão avançando e que as ameaças de retaliação são táticas de negociação. Outra diferença apontada por ele quanto à velocidade para chegar a um acordo é a dificuldade de se obter consenso no bloco de 27 países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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