Vestuário, saúde, cuidados, alimentação e bebidas puxam inflação para cima

Publicado 08.07.2022, 09:03
Atualizado 08.07.2022, 10:39
© Reuters.

Atualizado 10h35

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,67% em junho deste ano, chegando a 11,89% em doze meses. O indicador veio um pouco abaixo do IPCA-15 de junho, considerado a prévia da inflação oficial, que subiu 0,69%. Na variação anual, a taxa foi de 12,04%.

Já o IPCA de maio foi de 0,47%, com taxa anual chegando a 11,73%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador veio abaixo das expectativas. Para junho, a média das estimativas de analistas em levantamento do Investing.com era de uma inflação mensal de 0,70% e de 11,90% em doze meses - uma aceleração na comparação com o mês anterior.

Entre os grupos mais pressionados em junho, estiveram vestuário, com alta de 1,67%, saúde e cuidados pessoais, com avanço de 1,24%, e alimentação e bebidas, chegando a 0,80%. De acordo com o Citi, mesmo com a inflação abaixo do esperado, os núcleos continuam sendo uma preocupação. “Além disso, a inflação de serviços acumulada em 12 meses está em 8,7% (de 8,0% em maio), reforçando o diagnóstico já sugerido pelas medidas de núcleo de que o atual processo inflacionário está cada vez mais disseminado, provavelmente refletindo os efeitos do componente de inércia”, informou o banco.

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, que esperava alta de 0,77%, afirma que a alimentação veio abaixo do esperado. “O que a gente vê é uma inflação de alimentação nos domicílios pressionada, principalmente a cadeia de proteínas, leites, entre outros”, detalha. A alimentação fora do domicílio foi mais forte, também intensificada pela reabertura.

O indicador também veio abaixo dos 0,72% projetados por Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Nosso maior desvio foi concentrado em administrados, que esperávamos alta de 0,77% e o efetivo foi 0,48%. Grande parte do erro foi concentrado em combustíveis, que cederam de maneira mais célere do que esperávamos. A dinâmica dos núcleos veio em linha com o esperado, com a média avançando 0,89% e esperado em 0,86%”, avalia.

Victor Cândido, economista-chefe da RPS Capital, acredita que não é um dado a ser comemorado. “A gente vê uma melhora em alguns bens livres, industriais desacelerando na margem. Mas a gente consegue ver ainda piora nos preços regulados, com energia elétrica esse mês caindo bem menos, gasolina teve um número negativo, mas tivemos preços livres como carnes e commodities ainda subindo. Os bens industriais desaceleraram, mas ainda em alta com bens duráveis e semiduráveis, apesar de melhora nos bens não duráveis”. Os serviços são os que mais preocupam, influenciados pela reabertura da economia após a pandemia de covid-19. 

Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, no mês de julho, é esperada uma leitura de deflação com a desoneração dos preços dos combustíveis. “A última vez em que o IPCA ficou tanto tempo em dois dígitos em 12 meses foi no ano de 2003, então tem essa expectativa para que a gente observe o IPCA retornando ao patamar de um dígito no terceiro trimestre e provavelmente os preços dos combustíveis vão corroborar com esse retorno”. Abdelmalack completa que houve melhora no índice de difusão da inflação, mesmo que ainda elevado.



 

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