Investing.com - Na noite de ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's deu a notícia que já era esperada desde o final do ano passado: a redução da nota de crédito da dívida soberana do Brasil, indo de BB (SA:BBAS3) para BB-. Além disso, a perspectiva do rating foi alterada de negativa para estável.
No comunicado, a S&P informa que a decisão “reflete os pontos fortes da política externa e monetária do país, que ajudam a compensar uma fraqueza significativa, uma economia com perspectivas de crescimento menores do que seus pares e nossa visão de que a eficácia da formulação de políticas em todos os ramos do governo enfraqueceu”.
A agência destaca também que, apesar dos vários avanços do governo Temer, eles foram abaixo do esperado, citando especificamente a questão da reforma da Previdência. Para a S&P, apesar dos avanços com reformas microeconômicas, o governo não conseguiu amplo apoio no Congresso para fortalecer a trajetória fiscal, a fim de facilitar a adesão ao limite de gastos do Brasil.
A decisão da S&P é baseada em um cenário fiscal ruim e sem perspectivas de melhora para 2018 e no início do primeiro mandato do novo presidente. Para evitar interferir nas eleições, a decisão da agência foi antecipada.
O mercado e a equipe econômica já esperavam pelo rebaixamento da S&P, mas ele veio antes do previsto. Havia uma expectativa de que o resultado melhor das contas públicas em 2017 (com déficit cerca de R$ 40 bilhões inferior), que será anunciado no final deste mês, daria fôlego e mais tempo para o governo administrar o risco de rebaixamento alimentado pelo adiamento para este ano da proposta de reforma da Previdência.
A S&P foi a primeira a dar esse selo para o Brasil, em 2008, e a primeira a tirar, em setembro de 2015.