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Investing.com – A reunião de política monetária do Federal Reserve começa nesta terça-feira sob um ambiente global ainda marcado por incertezas, avalia Gilles Moëc, economista-chefe da AXA IM (EPA:AXAF). Segundo ele, embora as disputas comerciais tenham dado lugar a negociações, o agravamento do conflito entre Israel e Irã reacende preocupações com os preços do petróleo, até então um dos poucos vetores favoráveis à economia global.
Segundo ele, dois pontos devem ser acompanhados de perto para avaliar o risco de uma crise prolongada no mercado de petróleo: a postura dos países do Golfo, em especial da Arábia Saudita, quanto à oferta, e a chance de interrupção no fluxo de petróleo pelo estreito de Ormuz. “Ainda é cedo, mas, em linhas gerais, esse risco parece controlável”, acrescenta.
Ao comentar o papel do Irã na crise, Moëc observa que a pressão para uma retaliação mais contundente pode ser maior que o habitual, tanto pela magnitude do ataque quanto pela necessidade do governo iraniano de satisfazer setores internos mais radicais. Contudo, o fechamento do estreito de Ormuz, rota estratégica para o escoamento do petróleo, seria uma medida extrema.
“Mesmo assim, o fechamento do estreito causaria estrangulamento econômico ao próprio Irã e poderia ameaçar a sobrevivência do regime”, pondera.
Quanto à política monetária americana, Moëc acredita que o Fed deve manter sua postura de cautela nesta reunião. O foco estará na atualização do gráfico de projeções ("dot plot"), especialmente para os anos de 2026 e 2027, quando pode emergir uma divisão entre direções mais conservadoras ("kawks") e mais acomodatícias ("doves") em relação ao risco de inflação persistente nos EUA.
O economista diz não esperar grandes surpresas para 2024, mas projeta que o novo gráfico de pontos traga um único corte. Para 2026, a previsão mediana deve seguir indicando três cortes, com a taxa caindo para 3,37%. Mais relevante, segundo ele, será observar a dispersão entre as projeções, com um possível grupo de membros mais dovish pressionando por cortes mais rápidos e por uma convergência acelerada rumo à taxa neutra.