(Reuters) - A China está avaliando aprovar na próxima semana a emissão de mais de 10 trilhões de iuanes (1,4 trilhão dólares) em dívida extra nos próximos anos para reanimar sua economia frágil, um pacote fiscal que deverá ser ainda mais reforçado se Donald Trump vencer as eleições nos Estados Unidos, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.
O principal órgão legislativo da China, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, quer aprovar o novo pacote fiscal, incluindo 6 trilhões de iuanes que seriam parcialmente levantados por meio de títulos soberanos especiais, no último dia de uma reunião a ser realizada de 4 a 8 de novembro, disseram as fontes.
A dívida no valor de 6 trilhões de iuanes seria levantada ao longo de três anos, incluindo 2024, disseram as fontes, acrescentando que os recursos seriam usados principalmente para ajudar os governos locais a lidar com os riscos de dívidas não contabilizadas.
O valor total planejado, a ser levantado por meio da emissão de títulos especiais do Tesouro e dos governos locais, equivale a mais de 8% da produção da segunda maior economia do mundo, que foi duramente atingida por uma prolongada crise no setor imobiliário e pelo aumento da dívida dos governos locais.
A Reuters confirma pela primeira vez que as autoridades chinesas estão pensando em aprovar o pacote de estímulo de 10 trilhões de iuanes, um valor que os analistas financeiros disseram nas últimas semanas que esperam que Pequim considere.
Os planos de gastos sugerem que Pequim está acelerando o estímulo para sustentar a economia, embora ainda não seja no ritmo de 2008 que alguns investidores vêm pedindo.
No final de setembro, o banco central anunciou as medidas de apoio monetário mais agressivas desde a pandemia da Covid-19. O governo seguiu semanas depois sinalizando mais estímulos fiscais sem especificar detalhes financeiros do pacote, alimentando intensa especulação nos mercados globais sobre o tamanho dos novos gastos.
As fontes que têm conhecimento do assunto não quiseram se identificar devido a restrições de confidencialidade.
O Escritório de Informações do Conselho de Estado e o departamento de notícias do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.
As fontes alertaram que os planos ainda não foram finalizados e estão sujeitos a mudanças.