(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado que o governo está "extremamente" preocupado com a alta do dólar por conta de empresas endividadas na moeda norte-americana, mas afirmou que as reservas internacionais do país impedem que haja uma "disruptura" por conta do câmbio.
"O Brasil hoje tem reservas suficientes para que não tenhamos nenhum problema, nenhuma disruptura por conta do dólar", disse Dilma a jornalistas em Nova York, onde se encontra para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros encontros.
"Estamos extremamente preocupados, porque tem empresas endividadas em dólar", continuou a presidente, para concluir que "o governo terá uma posição bem clara e firme como foi essa que o Banco Central teve ao longo do final da semana passada", numa referência à pesada intervenção do BC no mercado de câmbio nos últimos dias.
Além da própria atuação do BC, por meio de leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e de novos swaps cambiais, declarações do presidente do banco, Alexandre Tombini, ajudaram a aliviar a pressão de alta do dólar.
Na quinta-feira, Tombini disse que "certamente todos os instrumentos estão à disposição do BC", em resposta a questionamento sobre o uso das reservas cambiais diretamente no mercado de câmbio.
"Em relação às reservas internacionais, são um seguro. Pode e deve ser utilizado", disse ele a jornalistas, em uma aparição surpresa na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação.
Depois de encostar nos 4,25 reais, o dólar encerrou a semana abaixo dos 4,00 reais, a 3,9757 reais.