Por David Ljunggren e Roberta Rampton
OTTAWA/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e o Canadá fecharam um acordo de último minuto no domingo para salvar o Nafta como um pacto trilateral com o México, resgatando uma zona de livre comércio entre três países de 1,2 trilhão de dólares que estava prestes a entrar em colapso após quase 25 anos.
Em uma grande vitória para a sua agenda de reorganizar uma era de livre comércio global que muitos associam à assinatura do Nafta em 1994, o presidente norte-americano, Donald Trump, obrigou o Canadá e o México a aceitarem um comércio mais restritivo com seu principal parceiro de exportação.
O principal objetivo de Trump ao retrabalhar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) era reduzir os déficits comerciais dos EUA, meta que ele também busca com a China, impondo centenas de bilhões de dólares em tarifas sobre produtos importados do gigante asiático.
Embora o novo Acordo Estados Unidos-México-Canada (USMCA, na sigla em inglês) evite tarifas, ele dificultará que montadoras globais construam carros a preço reduzido no México e tem o objetivo de criar mais empregos nos Estados Unidos.
Desde que as negociações começaram há mais de um ano, ficou claro que o Canadá e o México teriam que fazer concessões diante das ameaças de Trump de destruir o Nafta e o alívio era palpável em ambos os países no domingo de que o acordo tenha ficado amplamente intacto e não tenha fraturado as cadeias de oferta entre acordos bilaterais mais fracos.
"É um bom dia para o Canadá", disse o primeiro-ministro, Justin Trudeau, a repórteres, após reunião do gabinete para discutir o acordo.
Em comunicado conjunto, Canadá e EUA disseram que ele "resultará em mercados mais livres, comércio mais justo e crescimento econômico robusto em nossa região".
Negociadores trabalharam freneticamente antes de um prazo imposto pelos EUA para resolver as diferenças, com ambos os lados fazendo concessões para selar o acordo. OS EUA e o México já haviam chegado a um acordo bilateral em agosto.
Trump aprovou o acordo com o Canadá, disse uma fonte familiarizada com a decisão.
(Reportagem adicional de David Shepardson e David Lawder em Washington e Diego Oré, Ana Isabel Martinez e Anthony Esposito na Cidade do México)