Investing.com - Confira as cinco principais notícias desta quinta-feira, 22 de março, sobre os mercados financeiros:
1. Bolsas globais em queda com peso de Fed e nervosismo com comércio internacional
Mercados de capitais de todo o mundo estavam na defensiva, já que investidores avaliavam as consequências de custos mais altos de crédito nos EUA, ao passo que preocupações persistentes com uma guerra comercial global mantinha os mercados apreensivos.
Mercados asiáticos fecharam majoritariamente em baixa, com as bolsas na região suprimindo ganhos prévios e fechando no território negativo.
Mercados chineses lideraram as perdas na região após o Banco Popular da China ter elevado a taxa de juros em acordos de compra reversa de sete dias, uma importante taxa de juros de curto prazo, em 5 pontos base em uma resposta à decisão do Fed.
O aumento na taxa de juros foi a primeira decisão importante do banco central da China com Yi Gang no cargo de presidente; ele foi indicado pelo parlamento na segunda-feira.
Já na Europa, o índice pan-europeu Stoxx Europe 600, a medida mais ampla das ações da região, caía 0,4% nas negociações durante a metade da manhã e atingia seu menor nível em duas semanas, com todos os setores e as principais bolsas no vermelho.
Enquanto isso, em Wall Street, o mercado futuro norte-americano apontava para perdas significativas na abertura.
O blue chip futuros do Dow recuava 160 pontos, ou cerca de 0,6%, os futuros do S&P 500 caíam 19 pontos, ou cerca de 0,7%, enquanto o índice futuro de tecnologia Nasdaq 100 perdia 76 pontos, ou cerca de 1,1%.
2. Dólar cai à mínima de um mês com Fed mantendo perspectiva atual de taxa de juros
O dólar caía à mínima de um mês frente a uma cesta de moedas após o Federal Reserve ter elevado as taxas de juros, porém mantido sua projeção de mais dois aumentos neste ano.
Alguns investidores esperavam que o Fed projetasse mais três aumentos neste ano; logo, a decisão de manter sua projeção de mais dois aumentos foi vista como menos agressiva do que se esperava.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais moedas, tinha queda de 0,2% e chegava a 89,12, seu menor nível desde 19 de fevereiro. O índice caiu 0,74% na quarta-feira, seu maior declínio em um dia desde meados de janeiro.
No mercado de títulos, o rendimento do título do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos recuava 6,2 pontos base para 2,892% após ter atingido 2,936% no dia anterior.
3. Atenções agora se voltam ao Banco da Inglaterra
Com o Fed fora do caminho, as atenções agora se voltam à decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
O banco central do Reino Unido irá anunciar sua decisão de taxa de juros às 09h00. Embora não se espere aumento de juros ou quaisquer mudanças no tamanho de seu programa de compras de ativos, investidores estarão em busca de indicações sobre o momento da próxima elevação dos custos de crédito.
Dados britânicos sólidos sobre salários divulgados na quarta-feira consolidaram expectativas de que o BoE irá elevar os juros já em maio.
A libra subia, com o par GBP/USD avançando 0,2% para 1,4165 após ter atingido 1,4181, seu maior nível desde 2 de fevereiro, no dia anterior.
4. Trump preparado para anunciar tarifas sobre produtos chineses
O presidente dos EUA, Donald Trump, deverá anunciar tarifas sobre produtos importados da China que deverão gerar US$ 60 bilhões em impostos, uma ação com o intuito de reduzir o roubo de tecnologia norte-americana que provavelmente irá gerar retaliação de Pequim e irá alimentar temores de uma guerra comercial.
Trump irá assinar um memorando "enfrentando a agressão econômica da China" às 13h30, que será implementado nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974.
Robert Lighthizer, representante de comércio dos EUA, afirmou na quarta-feira que as tarifas seriam direcionadas ao setor chinês de alta tecnologia e poderiam também incluir restrições de investimentos chineses nos Estados Unidos.
Investidores se preocupam com o fato de que esta ação possa provocar medidas de represália da China, possivelmente causando um círculo vicioso de aumento de retaliação.
De acordo com várias fontes, a China já está se preparando para retaliar, com tarifas próprias se concentrando em exportações norte-americanas de soja, sorgo e suínos vivos.
Investidores também estão atentos à reunião do Conselho Europeu, com a União Europeia buscando garantir uma isenção das tarifas norte-americanas sobre importação de aço e alumínio que entrarão em vigor na sexta-feira.
5. Produção do setor privado da zona do euro perde força
As empresas da zona do euro fecharam o primeiro trimestre de 2018 com seu crescimento mais lento no período de um ano, muito mais fraco do que o esperado, já que novas empresas foram atingidas por um euro insistentemente forte, conforme mostrou um estudo.
O PMI composto da zona do euro do IHS Markit, visto como um bom guia à saúde econômica, caiu para 55,3 neste mês, bem abaixo das projeções de queda mais modesta para 56,7 a partir da leitura final de fevereiro de 57,1.
A desaceleração pode ser generalizada, com dados prévios da Alemanha mostrando que o crescimento na maior economia da Europa desacelerou muito mais rapidamente do que esperavam os analistas. Outro relatório de PMI mostrou que a taxa de expansão da França também perdeu força.
O euro estava pouco alterado frente ao dólar, cotado a 1,2340.