Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 15.05.2025, 08:51
© Reuters

Investing.com — Os índices futuros das ações em Wall Street operavam em terreno negativo nesta quinta-feira, com os mercados monitorando a divulgação de novos dados macroeconômicos nos EUA e uma nova leva de balanços corporativos.

Os investidores aguardam os números de preços ao produtor e vendas no varejo nos EUA, além dos resultados trimestrais de Walmart (NYSE:WMT) e Alibaba (NYSE:BABA).

Ao mesmo tempo, os preços do petróleo registravam forte correção, após o presidente americano, Donald Trump, indicar que um acordo nuclear com o Irã estaria próximo.

No Brasil, os investidores analisarão os dados de vendas no varejo para o mês de março, a fim de ter um panorama mais amplo da economia no primeiro trimestre.

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1. Futuros americanos em queda

Às 8 h de Brasília, os futuros do S&P 500 recuavam 21 pontos, ou 0,4%, enquanto os do Nasdaq 100 caíam 75 pontos, também 0,4%. Já os contratos futuros do Dow Jones perdiam 219 pontos, o que representa uma queda de 0,5%.

Na sessão anterior, o S&P 500 avançou 6 pontos, ou 0,1%, enquanto o Nasdaq Composite, mais sensível ao setor de tecnologia, teve alta de 137 pontos, equivalente a 0,7%. O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, encerrou o dia com recuo de 89 pontos, ou 0,2%.

Segundo analistas da Vital Knowledge, a combinação entre dados que sugerem atividade econômica ainda resiliente, receios persistentes com inflação decorrente de tarifas comerciais e incertezas em torno das negociações orçamentárias nos EUA sustentaram o avanço dos rendimentos dos Treasuries, exercendo pressão sobre as ações.

Apesar disso, o pregão foi relativamente contido quando comparado à volatilidade mais intensa observada recentemente, provocada principalmente por eventos ligados ao comércio global. No início da semana, os mercados reagiram com entusiasmo ao anúncio de um novo entendimento comercial entre EUA e China, o que renovou expectativas de distensão nas relações entre as duas potências.

2. Dados do IPP e vendas no varejo nos EUA

No radar macroeconômico, os investidores voltam as atenções nesta quinta-feira aos dados de preços ao produtor (IPP) e às vendas no varejo. A expectativa é que o índice de preços ao produtor para demanda final tenha subido 0,2% em abril, na comparação mensal. Em março, o IPP registrou retração — a primeira desde 2023 — impactado, entre outros fatores, por recuo nos preços da gasolina.

Na base anual, o indicador deve desacelerar de 2,7% para 2,5%. Já as vendas no varejo, também esperadas para esta manhã, refletem o consumo das famílias em um cenário de maior incerteza tributária. Em março, as compras aumentaram fortemente, com consumidores antecipando gastos antes da vigência de tarifas adicionais anunciadas por Trump.

Além dos dados, o mercado acompanhará um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento em Washington, D.C. Na semana passada, o banco central americano manteve os juros estáveis. Powell, na ocasião, apontou sinais de vigor na economia, mas destacou os desafios crescentes relacionados à inflação e ao mercado de trabalho.

3. Balanços à frente

Do lado corporativo, o Walmart divulgará seu desempenho trimestral antes da abertura dos mercados. A empresa, considerada termômetro do comportamento do consumidor americano, havia emitido em fevereiro uma projeção mais contida para o ano. O CFO John David Rainey, no entanto, afirmou na época que os consumidores permaneciam atentos ao valor e relativamente dispostos a gastar.

As projeções da companhia não incluíam ainda os efeitos das novas tarifas impostas pelos EUA, mas foram mantidas em encontro com analistas em abril, poucos dias após o anúncio da política de tarifas "recíprocas" por parte da Casa Branca.

Para o primeiro trimestre, o consenso da Bloomberg aponta para um avanço de 4,1% nas vendas comparáveis nos EUA, excluindo combustíveis, com lucro ajustado por ação projetado em US$ 0,58 e receita total de US$ 166,02 bilhões.

Além do Walmart, os investidores acompanharão os balanços do Alibaba e da fabricante de maquinário agrícola Deere & Company (NYSE:DE).

4. Trump sobre possível acordo com o Irã; petróleo cai

Em outra frente, os preços do petróleo recuavam com força após Trump declarar que as negociações com o Irã para um novo acordo nuclear estavam avançadas, e que Teerã havia aceitado, em linhas gerais, os termos propostos. De acordo com a Reuters, Trump classificou as tratativas como “muito sérias”, em meio à sua visita ao Golfo Pérsico.

Segundo fontes citadas pela NBC News, o Irã estaria disposto a aceitar o acordo em troca do fim das sanções econômicas. Mesmo com divergências ainda em aberto, as partes indicaram disposição para novos encontros.

No momento da redação, os contratos futuros do Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), com vencimento em junho, recuavam 3,34%, cotados a US$ 63,884 por barril. Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, apresentavam queda de 3,55%, negociados a US$ 60,91 por barril.

As ações da Petrobras negociadas em Nova York via ADRs (American Depositary Receipts) apresentavam perdas de 2,30% no pré-mercado.

Ambos os benchmarks encerraram o pregão anterior com perdas ligeiras, de menos de 1%, pondo fim a uma sequência de quatro altas consecutivas e recuando da máxima em duas semanas.

Um eventual relaxamento das sanções permitiria ao Irã retomar exportações de petróleo em maior escala, o que ampliaria a oferta global e afetaria o equilíbrio entre oferta e demanda.

Dados divulgados pela Administração de Informação de Energia mostraram ainda um aumento de 3,5 milhões de barris nos estoques americanos na semana encerrada em 9 de maio, sugerindo moderação no consumo da maior economia do mundo.

5. Varejo no Brasil

O destaque no calendário econômico de hoje no mercado local são as vendas no setor de varejo para o mês de março, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

Em fevereiro, o comércio varejista registrou um crescimento de 0,5% nas vendas em comparação com janeiro, alcançando o maior patamar da série histórica iniciada em 2000, puxadas principalmente pelo desempenho de supermercados e itens essenciais.

Apesar desse avanço, que ficou em linha com as projeções do mercado, analistas apontam sinais de moderação no consumo, refletindo o cenário de juros elevados, inflação e desaquecimento no mercado de trabalho.

Segmentos sensíveis ao crédito apresentaram queda, como móveis e eletrodomésticos, enquanto o varejo ampliado recuou 0,4%, impactado pela queda nas vendas de veículos.

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