Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 20.05.2025, 08:13
© Reuters

Investing.com — Os índices futuros das ações nos Estados Unidos operavam em leve queda nesta terça-feira, com os mercados atentos às tratativas comerciais envolvendo Washington.

De acordo com a Reuters, não se espera a formalização de acordos na reunião de ministros das Finanças do G7, que ocorre esta semana no Canadá. Ainda assim, relatos indicam que representantes dos EUA e do Japão devem se reunir nos próximos dias.

A política tarifária conduzida pelo presidente Donald Trump tende a exercer influência direta sobre os resultados da Home Depot (NYSE:HD), sobretudo após o Walmart (NYSE:WMT) sinalizar a possibilidade de reajustar seus preços devido aos custos adicionais gerados pelas tarifas.

No Brasil, política fiscal e monetária ditam rumo dos ativos no curto prazo.

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1. Futuros no vermelho em Wall Street

Os contratos futuros dos principais índices acionários recuavam nesta manhã. Por volta das 8 h de Brasília, o Dow Jones operava perto da estabilidade, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq 100 se desvalorizavam 0,18% e 0,25%, respectivamente, no mercado futuro.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

As bolsas em Nova York encerraram o pregão anterior em alta, revertendo as perdas iniciais após o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s na última sexta-feira. Os yields dos Treasuries recuaram levemente após uma abertura mais agressiva, embora ainda permaneçam em patamar elevado.

Segundo analistas da Vital Knowledge, “as ações continuam refletindo o otimismo da semana passada, sustentado por três vetores principais: a trégua tarifária com a China, a inflação moderada nos EUA e os resultados corporativos positivos no fim de abril. Nada ocorrido na segunda-feira alterou essa dinâmica”.

O Departamento do Tesouro norte-americano não projeta o anúncio de qualquer entendimento comercial durante a reunião do G7, segundo informações da Reuters. Fontes indicaram que os EUA também não devem apoiar um comunicado conjunto, a menos que este atenda aos seus objetivos estratégicos. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, deve dialogar com autoridades japonesas em Alberta, mas outras rodadas de negociação estão previstas para ocorrer em Washington ainda esta semana, conforme divulgou a agência japonesa Kyodo.

Durante os encontros, Bessent também buscará pressionar os aliados a enfrentarem os efeitos das chamadas economias não orientadas ao mercado, como a China. A crítica se baseia na tese de que práticas chinesas estariam comprometendo o emprego em países desenvolvidos ao inundar o mercado global com produtos a preços depreciados.

2. Home Depot divulga balanço

A expectativa em torno da divulgação dos resultados da Home Depot cresce entre investidores. Após o Walmart indicar possíveis aumentos de preços, a atenção se volta para eventuais comentários da varejista sobre sua política de precificação. Trump, inclusive, teria solicitado à empresa que evitasse reajustes.

A performance da Home Depot e da rival Lowe’s (NYSE:LOW) será acompanhada de perto, já que os efeitos das tarifas vêm pressionando o consumo em itens de reforma e jardinagem.

Dados da NRF mostram queda de 2% nas vendas com cartão em lojas do setor em maio, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Informações da Affinity Solutions revelam que as vendas da Home Depot cresceram 0,7% em abril, ritmo inferior ao avanço de 4,2% observado em março.

3. China afrouxa política monetária

Na China, o Banco Popular reduziu suas taxas de referência de empréstimos pela primeira vez desde outubro, num movimento que busca mitigar a desaceleração econômica do país.

A taxa preferencial de um ano caiu 10 pontos-base, para 3,0%, e a de cinco anos, usada como referência para hipotecas, recuou à mesma proporção, chegando a 3,5%. Embora amplamente esperado, o corte modesto sugere uma abordagem mais cautelosa diante das incertezas relacionadas às tarifas americanas.

Na semana anterior, Washington e Pequim concordaram em postergar novas tarifas até agosto, embora sigam em vigor tributos de 10% em geral e de 20% sobre produtos associados ao tráfico de fentanil.

4. Petróleo em queda

Os preços do petróleo também apresentavam retração. No momento da redação, o contrato do Brent recuava 0,6%, cotado a US$ 65,16 o barril, enquanto o WTI negociava em baixa de 0,6%, a US$ 61,75.

As incertezas sobre o futuro do acordo nuclear entre EUA e Irã continuam afetando o mercado. Teerã reiterou que seu programa de enriquecimento de urânio não está em pauta para negociações, o que representa um entrave às tratativas. Um eventual entendimento poderia abrir caminho para o relaxamento das sanções e maior oferta de petróleo iraniano.

O ambiente geopolítico segue sob escrutínio, especialmente após uma ligação entre Trump e Vladimir Putin. O presidente norte-americano afirmou que Rússia e Ucrânia concordaram em iniciar conversas para um cessar-fogo, embora o Kremlin tenha sinalizado que o processo pode ser prolongado. Trump também demonstrou pouca disposição em aderir a pressões adicionais contra Moscou por parte de aliados europeus.

5. Política fiscal e monetária no Brasil

O Ibovespa encerrou o pregão de segunda-feira renovando sua máxima histórica, com fechamento em 139.636 pontos e máxima intradia acima dos 140 mil, repercutindo a sinalização do presidente do banco central, Gabriel Galípolo, de que os juros devem permanecer em território restritivo por um período prolongado para conter a inflação.

Com isso, foi reforçada a expectativa de manutenção da Selic em 14,75% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O tom mais rígido da autoridade monetária também teve efeitos sobre o dólar, com a moeda norte-americana se desvalorizando 0,25% frente ao real, cotada a US$ 5,6549, em meio a um ambiente mais favorável para os ativos de países emergentes.

O movimento também refletiu a desvalorização global do dólar, após o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s, o que levou investidores a reduzirem posições na divisa.

No cenário político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que já encaminhou ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, um conjunto de medidas fiscais e que terá diversas reuniões ao longo da semana para discutir o tema. Ele anunciou que, na próxima quinta-feira, será divulgado o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, contendo os principais dados sobre a situação fiscal atual e as projeções para 2026.

A iniciativa integra os esforços do governo para cumprir a meta de déficit primário zero em 2025 e alcançar superávit de 0,25% do PIB em 2026.

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