Juros futuros têm baixas firmes com ajuste de posições após movimento de fuga do risco

Publicado 11.03.2025, 16:45
Atualizado 11.03.2025, 16:50
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em queda firme no Brasil, com investidores ajustando posições após o “risk-off” visto na véspera, em um cenário de preocupações com a desaceleração da economia norte-americana e com a guerra de tarifas envolvendo Estados Unidos e outros países.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,71%, ante o ajuste de 14,791% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,53%, ante o ajuste de 14,701%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,59%, em queda de 23 pontos-base ante 14,82% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,59%, ante 14,81%.

Enquanto os investidores aguardam pela divulgação do IPCA -- o índice oficial de inflação -- de fevereiro na quarta-feira, a sessão desta terça foi marcada por ajustes de baixa das taxas após o forte avanço da véspera.

“Teve risk-off (fuga do risco) ontem, hoje corrige, pois o cenário é de desaceleração mais forte. Portanto, de menos juros no mundo”, comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, ao justificar o recuo das taxas dos DIs. “Câmbio e juros estão voltando bem. Só a bolsa (de ações) não se recuperou.”

Às 12h54 a taxa do DI para janeiro de 2033 -- um dos mais líquidos na ponta longa da curva -- marcou a mínima de 14,55%, em baixa de 26 pontos-base ante o ajuste da véspera.

No exterior os receios em torno da guerra tarifária e seus efeitos sobre a economia dos EUA seguiam permeando os negócios. Se na segunda-feira investidores correram para a segurança dos Treasuries, o que reduziu os yields, nesta terça o movimento foi contrário e os rendimentos subiram, com a redução da aversão ao risco.

“Da semana passada para agora vemos uma volatilidade tremenda na curva brasileira”, pontuou João Ferreira, sócio da One Investimentos, destacando os desdobramentos da guerra de tarifas no exterior sobre os ativos.

“Mas a queda (das taxas dos DIs) hoje também é um pouco de rescaldo dos dados de PIB da semana passada, que mostraram uma atividade econômica mais baixa no Brasil. O IPCA tende a confirmar ou potencialmente inverter este movimento, dependendo do que vai sair”, acrescentou.

Economistas ouvidos pela Reuters projetam inflação de 1,30% em fevereiro e de 5,05% no acumulado de 12 meses, após taxas de 0,16% e 4,56% em janeiro, respectivamente.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava 97% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da taxa básica Selic em março, como vem indicando o Banco Central. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

As dúvidas maiores seguem girando em torno do que será feito com a Selic a partir de maio. Na segunda-feira o mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3) precificava 55,50% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio, 13,50% de chances de elevação de 25 pontos-base, 13,00% de probabilidade de manutenção, 11,50% de chances de alta de 75 pontos-base e apenas 5,00% de chances de nova alta de 100 pontos-base.

Nas últimas semanas os investidores vêm reduzindo, na prática, suas apostas em um aperto monetário mais duro em maio, de 100 ou 75 pontos-base.

No exterior, às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 6 pontos-base, a 4,276%.

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