MP 1303 caiu: comemoração ou preocupação do mercado, eis a questão?
Por Inti Landauro e Makini Brice
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, está nesta quinta-feira procurando seu sexto primeiro-ministro em menos de dois anos, na esperança de que sua próxima escolha possa conduzir um orçamento em uma legislatura marcada pela crise.
O gabinete de Macron disse na quarta-feira que ele nomearia um novo primeiro-ministro dentro de 48 horas, depois que o primeiro-ministro Sebastien Lecornu, que está deixando o cargo, realizou dois dias de conversações para buscar uma saída para a pior crise política da França em décadas.
A paralisia política tornou profundamente desafiadora a aprovação de um orçamento restritivo, exigido por investidores cada vez mais preocupados com o enorme déficit da França.
"A questão que se coloca hoje é se há um número suficiente de pessoas responsáveis", disse a porta-voz do governo, Aurore Berge, à rádio RTL. "Acho que esta é a última chance."
Lecornu apresentou sua renúncia e a de seu governo na segunda-feira, horas depois de anunciar a formação do gabinete, tornando-o o governo de vida mais curta da França moderna.
Ele disse em uma entrevista para a televisão na quarta-feira que, durante as conversas que Macron pediu que ele mantivesse com os líderes partidários após sua renúncia, ele ficou sabendo que a maioria dos parlamentares se opunha à realização de uma eleição parlamentar antecipada e que há um caminho, mesmo que difícil, para aprovar um orçamento até o final do ano.
Outra questão importante é a reforma previdenciária de Macron de 2023, que aumenta gradualmente a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Membros da esquerda pediram que a lei fosse revogada ou suspensa.
Por enquanto, os partidos rivais mantiveram suas opiniões sobre como proceder, e não houve nenhuma indicação de quem poderia ser o próximo primeiro-ministro.
(Reportagem de Makini Brice, Inti Landauro, Elissa Darwish e Marco Trujillo)