Mercado está cada vez mais confiante na pausa do BCE nos juros até o fim do ano

Publicado 24.07.2025, 14:16
Atualizado 24.07.2025, 14:20
© Reuters. Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt, na Alemanhan06/03/2025nREUTERS/Jana Rodenbusch

Por Yoruk Bahceli e Danilo Masoni e Naomi Rovnick

LONDRES (Reuters) - Operadores ficaram mais convencidos nesta quinta-feira de que o Banco Central Europeu (BCE) manterá os juros após o verão (no hemisfério norte), com a avaliação relativamente otimista da instituição sobre as perspectivas econômicas e a proximidade de um acordo comercial UE-EUA reduzindo as apostas em novos cortes.

Os mercados agora estimam menos de 25% de chance de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros quando o BCE se reunir, em 11 de setembro. Atualmente a taxa de referência está em 2%.

A probabilidade de corte representa uma queda em relação aos quase 50% registrados na quarta-feira, antes da notícia de que a União Europeia e os Estados Unidos estavam caminhando para um acordo que resultaria em uma tarifa ampla de 15% aplicada aos produtos da UE.

Os investidores também reduziram as apostas em outro corte de juros até o final do ano após os comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde, e agora veem uma chance de aproximadamente 70% de uma mudança até dezembro, tendo quase precificado totalmente a medida na semana passada.

Na coletiva de imprensa pós-reunião do banco central, Lagarde enfatizou que o BCE estava em uma "boa posição" para manter a política monetária e observar como os riscos se desenvolvem nos próximos meses.

CORTAR OU AUMENTAR?

Mas sem a certeza sobre o resultado final da disputa tarifária, a perspectiva permanece incerta.

Alguns investidores seguiram céticos de que uma tarifa de 15% melhoraria materialmente as perspectivas da zona do euro.

"Ao contrário do Japão, a relação entre a Europa e os EUA é mais complicada, pois também inclui um ângulo de segurança", disse Salman Ahmed, chefe global de alocação de ativos macro e estratégicos da Fidelity International, que espera mais cortes nas taxas para proteger a economia do bloco.

O quanto o euro subirá a partir de agora também é fundamental, pois sua valorização prejudica os exportadores e -- de acordo com Lagarde -- torna mais difícil para as empresas investirem.

O euro subiu quase 17% de fevereiro ao início de julho, atingindo seu nível mais alto desde 2021, em torno de US$1,18, levando um membro do BCE a sinalizar que US$1,20 é um ponto crítico. Neste momento, a moeda não está muito longe deste nível.

Se a incerteza comercial diminuir, o BCE pode não precisar cortar as taxas novamente e o foco provavelmente mudará para o momento de elevação das taxas, disseram analistas.

Os traders estimam uma chance de aproximadamente 30% de um aumento das taxas no segundo semestre de 2026, mostram dados do LSEG, com a previsão de que o estímulo fiscal alemão começará a dar suporte à economia do bloco.

"Os mercados não estão longe de mudar o foco do último corte para o primeiro aumento (de juros)", disse o economista-chefe europeu do Deutsche Bank, Mark Wall.

(Reportagem de Lucy Raitano, Dhara Ranasinghe, Naomi Rovnick e Yoruk Bahceli em Londres e Danilo Masoni em Milão)

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