Por que o preço do café disparou em agosto nos mercados internacionais?
Por Renee Hickman
CHICAGO (Reuters) - Os futuros do milho na bolsa de Chicago atingiram uma nova máxima de um ano nesta terça-feira, uma vez que as tarifas prometidas pelo recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não se concretizaram até o momento, disseram os operadores.
Os futuros da soja subiram para preços não vistos desde setembro, devido à falta de notícias sobre as tarifas, preocupações com o clima na América do Sul e com o ritmo lento da colheita no Brasil, o que deu suporte aos mercados de soja e milho.
O contrato de milho mais ativo na bolsa de Chicago (CBOT),, fechou o dia com alta de 5,75 centavos, a 4,90 dólares por bushel, depois de ter atingido no início da sessão seu ponto mais alto desde 8 de dezembro de 2023.
Os futuros do trigo da CBOT acompanharam a alta do milho, fechando em alta de 20 centavos, a 5,5875 dólares por bushel - depois de ter atingido mais cedo o preço mais alto desde 12 de dezembro. E os futuros da soja fecharam em alta de 33,25 centavos, a 10,6725 dólares o bushel, depois de terem atingido o preço mais alto desde 30 de setembro.
Uma recuperação na base de soja do Brasil, já que a colheita de seu novo estoque de safra permanece historicamente baixa, também deu um impulso aos futuros da soja, disse Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting.
Mas os operadores disseram que grande parte da recuperação da soja e dos grãos nesta terça-feira se deveu ao fato de Trump não ter imposto imediatamente tarifas sobre as importações de vários países após assumir o cargo na segunda-feira, embora tenha dito que estava considerando impor tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México a partir de 1º de fevereiro.
Enquanto isso, as chuvas na Argentina não conseguiram aliviar as preocupações de que a seca em curso poderia prejudicar ainda mais a produtividade das culturas, disse Michael Cordonnier, proprietário da Soybean and Corn Advisor.
"A Argentina recebeu algumas chuvas, mas precisa de muito mais", disse ele.
Cordonnier disse que o Brasil está enfrentando o problema oposto, pois as chuvas excessivas no Mato Grosso, principal Estado produtor de grãos, resultaram no ritmo de colheita de soja mais lento dos últimos anos.
Questões de qualidade da safra de soja relacionadas ao clima também podem se tornar um problema nas próximas semanas se as chuvas no Brasil continuarem, disse Cordonnier. Isso, por sua vez, poderia afetar a demanda chinesa pela soja sul-americana, segundo analistas de mercado.
(Reportagem de Renee Hickman em Chicago, com reportagem adicional de P.J. Huffstutter em Chicago)