Investing.com - A Europa provavelmente determinará o tom dos mercados financeiros esta semana, com a reunião de política monetária do Banco Central Europeu e as eleições gerais do Reino Unido ocupando as mentes dos investidores.
Enquanto isso, nos EUA, agentes do mercado estarão muito atentos ao depoimento de James Comey, ex-diretor do FBI, perante a Comissão de Inteligência do Senado, o que pode aumentar as dificuldades enfrentadas pelo presidente Donald Trump.
Na Ásia, a China deve divulgar a balança comercial mensal e dados sobre inflação em meio a sinais recentes de resfriamento da segunda maior economia do mundo.
O anúncio da política monetária do Banco da Reserva da Austrália também estará em foco.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Reunião de política monetária do Banco Central Europeu
A decisão do Banco Central Europeu sobre a taxa de juros está prevista para quinta-feira às 8h45 (horário de Brasília). A maior parte das atenções se voltará para a entrevista coletiva de Mario Draghi, presidente do BCE, 45 minutos após o anúncio.
Com o crescimento econômico notadamente aumentando a velocidade e com riscos políticos diminuindo, investidores buscarão indicações de quando e como o BCE poderá reduzir seu enorme programa de compra de ativos.
O BCE pode não apresentar uma referência de longo prazo a riscos negativos, classificando-os como "amplamente equilibrados". A instituição poderia também discutir retirar seu viés conciliador, uma promessa de manter as taxas de juros em seus níveis atuais ou mais baixos por um período estendido para aumentar o volume de compras de ativos caso a perspectiva piore.
Remover a referência a mais cortes das taxas representaria um risco de fortalecimento do euro, que subiu ao pico de sete meses frente ao dólar na semana passada.
2. Eleições Gerais Britânicas
Os britânicos irão às urnas na próxima quinta-feira, com eleitores preparados para escolher 650 membros da Câmara Baixa do Parlamento que formarão o governo, apesar de alguns clamores públicos para o adiamento após um ataque terrorista no fim de semana em Londres, que deixou sete mortos e 48 feridos.
Pesquisas de opinião nos últimos dias indicavam que o páreo estava mais acirrado do que a esperada vitória confortável dos Conservadores, liderados pela primeira-ministra Theresa May, com o Partido Trabalhista, liderado pelo esquerdista Jeremy Corbyn, diminuindo a diferença.
No entanto, as pesquisas eleitorais do Reino Unido têm um fraco histórico em comparação aos resultados das urnas, aumentando as expectativas de que o resultado das eleições possa novamente ser uma surpresa.
Uma maioria parlamentar absoluta para May acalmaria as incertezas de empresas e investidores e prepararia o caminho para que o Banco da Inglaterra elevasse as taxas de juros mais rápido do que o mercado espera.
Se não conseguir vencer as eleições com ampla margem, May se enfraqueceria justamente quando as conversas formais sobre o Brexit devem começar, embora a perda de sua maioria no parlamento possa causar turbulências na política Britânica.
3. Depoimento de Comey
James Comey, ex-diretor do FBI, tem depoimento perante a Comissão de Inteligência do Senado, que investiga suposta interferência da Rússia nas eleições norte-americanas de 2016, marcado para esta quinta-feira às 11h (horário de Brasília).
Em sua primeira aparição pública desde que Trump o demitiu em 9 de maio, Comey deve ser questionado sobre conversas nas quais o presidente supostamente o pressionou para interromper uma investigação sobre Michael Flynn, ex-conselheiro para segurança nacional, e seus vínculos com a Rússia.
Comey comandava a investigação do FBI sobre as alegações e sua demissão causou alvoroço político no último mês.
O Departamento de Justiça e algumas comissões do Congresso dos EUA investigam ações da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e questionam a possível conspiração entre membros do governo russo e colaboradores da campanha de Trump.
A crise que se agrava em torno da administração Trump aumentou as dúvidas sobre a capacidade do presidente impor suas promessas de campanha de cortes nos impostos, desregulamentação e estímulo fiscal.
4. Balança comercial da China
A China deve divulgar seus números da balança comercial de maio por volta da meia-noite (horário de Brasília) de quinta-feira. O relatório deve mostrar que o superávit comercial do país aumentou de US$ 38,0 bilhões em abril para US$ 47,8 bilhões no último mês.
As projeções para as exportações são de crescimento de 7,0% em maio em comparação ao ano anterior e na sequência de um salto de 8,0% em comparação ao mês anterior, enquanto se espera que as exportações tenham subido 9,0% após terem aumentado 11,9% em abril.
Além disso, nesta sexta-feira, a nação asiática publicará dados sobre a inflação dos preços ao consumidor e ao produtor em maio. Os relatórios devem mostrar que os preços ao consumidor subiram 1,5% no último mês, ao passo que os preços ao produtor têm projeção de aumento de 5,7%.
As reservas cambiais da China em maio, que devem ser divulgadas na quarta-feira, também estarão em foco.
Autoridades em Pequim estiveram fechando o cerco contra riscos de estabilidades financeira e observando atentamente o crédito nas semanas recentes; logo, os números de maio despertam muito interesse.
5. Reunião de política monetária do Banco da Reserva da Austrália
O Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) deve divulgar sua mais recente decisão sobre a taxa de juros nesta terça-feira à 01h30 em horário de Brasília.
A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas inalteradas em nível baixo recorde de 1,5% pela décima reunião seguida e que mantenha sua posição política neutra, pois analisam o risco de endividamento das famílias frente ao crescimento moderado da inflação e dos rendimentos.
Além do RBA, os dados de crescimento do primeiro trimestre estão previstos para a quarta-feira, seguidos pela balança comercial na quinta-feira.
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