Por Howard Schneider
NASHVILLE, Estados Unidos (Reuters) - Um erro do Federal Reserve ao definir sua taxa de juros durante a última fase da batalha contra a inflação é o principal risco que pode prejudicar a economia dos Estados Unidos no próximo ano, de acordo com uma nova pesquisa com economistas divulgada antes de um discurso do chair Jerome Powell nesta segunda-feira.
Entre 32 analistas profissionais consultados recentemente pela Associação Nacional para Economia Corporativa, 39% citaram um "erro de política monetária" como o "maior risco de queda para a economia dos EUA nos próximos 12 meses".
Em contrapartida, 23% consideraram o resultado da eleição presidencial de 5 de novembro como o maior risco negativo, e o mesmo número citou uma intensificação dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.
As respostas da pesquisa, que foi divulgada no domingo, mostram a atenção intensa sobre o Fed, à medida que o banco central afrouxa a política monetária na expectativa de manter a inflação em desaceleração constante de volta à meta de 2% e evitar um aumento adicional significativo na taxa de desemprego, que vem crescendo há um ano.
Powell discursará para a associação às 14h55 (horário de Brasília) em Nashville, no Estado do Tennessee, e deve falar sobre a decisão do Fed de cortar sua taxa de juros em 50 pontos-base na reunião de 17 e 18 de setembro e sobre as avaliações que irão estruturar uma série esperada de reduções nos custos de empréstimos durante o restante deste ano e em 2025.
A expectativa é de que o Fed reduza os juros novamente em 25 ou 50 pontos na reunião de 6 e 7 de novembro.
Os riscos gerais para a economia estão aumentando, segundo o painel de economistas da associação, com 55% dizendo que é mais provável que a economia tenha um desempenho pior do que o esperado do que melhor - com a política monetária do Fed encabeçando a lista de possíveis obstáculos.
Da forma como está, a mediana da pesquisa mostrou que o crescimento econômico dos EUA deve desacelerar para 1,8% no próximo ano, em comparação com os 2,6% estimados para este ano, com a taxa de desemprego subindo para 4,4%, em comparação com os atuais 4,2%, e a inflação terminando o próximo ano em 2,1%.
Esses resultados provavelmente seriam exaltados por Powell e pelo Fed como um "pouso suave".
Embora a mediana dos analistas do painel tenha dito que a taxa de juros está onde deveria estar após o recente corte de juros, a opinião ficou mais ou menos dividida sobre essa questão - com a maioria achando que o banco central já está fora do caminho.
A mudança na taxa veio "na hora certa", disseram 65% dos entrevistados.
No entanto, apenas um terço deles acredita que a taxa atual é "a ideal", enquanto outro terço "acredita que a taxa deveria ser inferior a 4,75% e 30% acredita que deveria ser de 5% ou mais", segundo a pesquisa.