Premiê britânico reduz cortes no bem-estar social para acalmar revolta de trabalhistas

Publicado 27.06.2025, 11:16
Atualizado 27.06.2025, 11:20
© Reuters. Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, em Londresn19/06/2025 Jordan Pettitt/Pool via REUTERS

Por Andrew MacAskill e Elizabeth Piper

LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, reduziu drasticamente os cortes planejados para programas de bem-estar social nesta sexta-feira, a fim de reprimir uma rebelião dos parlamentares de seu Partido Trabalhista, na mais recente reviravolta que prejudicou sua autoridade apenas um ano após a conquista do poder.

As mudanças planejadas para dificultar o recebimento de alguns benefícios por invalidez e doença agora se aplicariam apenas a novos requerentes, enquanto os milhões de pessoas que já dependem desses benefícios não serão mais afetados, informou o governo.

Mais de 100 parlamentares trabalhistas se opuseram publicamente às reformas de Starmer, que buscavam cortar 5 bilhões de libras (US$7 bilhões) por ano de uma conta de bem-estar social que aumentava rapidamente.

A revolta fez com que Starmer enfrentasse uma possível derrota em uma votação sobre as mudanças no Parlamento na próxima semana -- um ano depois de ter conquistado uma maioria esmagadora em uma eleição nacional.

"Ouvimos os membros do parlamento que apoiam o princípio da reforma, mas estão preocupados com o ritmo da mudança para aqueles que já são sustentados pelo sistema", disse um porta-voz do gabinete de Starmer.

Em uma carta aos parlamentares, a ministra do Trabalho e Pensões, Liz Kendall, confirmou que apenas os novos requerentes estariam sujeitos à restrição planejada da elegibilidade.

"Nossos princípios de reforma permanecem: direcionar o financiamento para os mais necessitados e garantir que o sistema seja sustentável no futuro para apoiar as próximas gerações", disse Kendall.

A parlamentar trabalhista Meg Hillier, que preside um comitê parlamentar influente e liderou os esforços para diluir o projeto de lei, saudou a medida do governo como "um compromisso bom e viável".

O governo não definiu o custo da mudança na política. O ministro dos Cuidados, Stephen Kinnock, disse que os detalhes viriam no próximo orçamento, previsto para o outono no Hemisfério Norte.

Ruth Curtice, diretora executiva do think tank Resolution Foundation e ex-funcionária graduada do Ministério das Finanças britânico, disse que o compromisso reduziria a economia do governo em cerca de 3 bilhões de libras por ano dos 5 bilhões originalmente planejados.

Um porta-voz de Starmer disse que os detalhes do plano seriam definidos antes da votação de terça-feira, mas "essas mudanças serão totalmente financiadas". O porta-voz se recusou a comentar sobre possíveis aumentos de impostos.

Essa foi a terceira grande reviravolta do governo de Starmer, após uma reversão dos cortes impopulares nos pagamentos aos aposentados para o aquecimento de suas casas no inverno e uma decisão de realizar uma investigação sobre a resposta das autoridades às gangues que aliciavam meninas para o sexo, depois de ter dito que tal investigação não era necessária.

(Reportagem de Andrew MacAskill, Sachin Ravikumar, Elizabeth Piper e William James; Reportagem adicional de William Schomberg e Alistair Smout)

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