Premiê do Japão lamenta resultado eleitoral "duro", pode perder controle da Câmara Alta

Publicado 20.07.2025, 11:40
Atualizado 20.07.2025, 11:45
© Reuters. Primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, durante entrevista coletiva na sede de seu partido, PLD, em Tóquion20/07/2025 Franck Robichon/Pool via REUTERS

Por Mariko Katsumura e Kantaro Komiya

TÓQUIO (Reuters) - A instável coalizão governista do Japão provavelmente perderá o controle da Câmara Alta do Parlamento do país, segundo as pesquisas de boca-de-urna após a eleição deste domingo, o que pode ser um prenúncio de turbulência política à medida que se aproxima o prazo final para a entrada em vigor de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao país.

Embora a votação não determine diretamente se o governo minoritário do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, cairá, ela aumenta a pressão sobre ele, que também perdeu o controle da Câmara Baixa, que detém mais poderes parlamentares, em outubro.

O Partido Liberal Democrático (PLD), de Ishiba, e o parceiro de coalizão Komeito precisam de 50 assentos para garantir o controle da Câmara Alta de 248 assentos em uma eleição em que metade dos assentos estava em disputa. A previsão é de que eles tenham de 32 a 51 assentos, segundo a pesquisa de boca-de-urna da emissora pública NHK.

Outras emissoras previram que a coalizão governista teria de 41 a 43 assentos. Se a coalizão ficar abaixo de 46 assentos, será o pior resultado desde que foi formada em 1999.

Isso se soma ao seu pior resultado em 15 anos nas eleições de outubro para a Câmara Baixa, uma votação que deixou o governo de Ishiba vulnerável a moções de desconfiança e a pedidos de mudança de liderança dentro de seu próprio partido.

Falando duas horas após o fechamento das urnas para a emissora pública NHK, Ishiba disse que aceitava "solenemente" o "resultado duro".

Perguntado se pretendia continuar como primeiro-ministro e líder do partido, ele disse: "Isso mesmo".

"Estamos envolvidos em negociações tarifárias extremamente críticas com os Estados Unidos... nunca devemos arruinar essas negociações. É natural que dediquemos toda nossa dedicação e energia à realização de nossos interesses nacionais", disse ele posteriormente à TV Tokyo.

O Japão, a quarta maior economia do mundo, tem um prazo até 1º de agosto para fechar um acordo comercial com os Estados Unidos ou enfrentar tarifas punitivas em seu maior mercado de exportação.

O principal partido de oposição, o Partido Democrático Constitucional, deverá conquistar de 18 a 30 cadeiras, em vez das 22 anteriormente ocupadas, segundo pesquisa de boca-de-urna da NHK.

O partido de extrema-direita Sanseito, criado no YouTube há alguns anos, tem sido a surpresa com sua campanha "Japonês em primeiro lugar" e avisos sobre uma "invasão silenciosa" de estrangeiros. A previsão é de que ele conquiste de 10 a 15 assentos na Câmara Alta, um aumento em relação ao número de assentos que possuía anteriormente, mas possui apenas três assentos na Câmara Baixa.

(Reportagem de Tim Kelly, Mariko Katsumura e Rikako Maruyama)

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