BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente libertário da Argentina, Javier Milei, deverá assinar um pacto há muito adiado com governadores das províncias, em uma tentativa de consolidar um apoio mais amplo às suas reformas e reforçar seu governo, que tem apenas uma minoria no Congresso argentino.
Milei assinará um acordo com pelo menos 17 governadores de todo o país, em uma tentativa de combater as dúvidas do mercado sobre sua capacidade de resistir à pior crise econômica do país em décadas, que fez com que a inflação chegasse perto de 300% e metade dos argentinos caísse na pobreza.
Após a forte alta inicial do mercado depois que Milei assumiu o cargo em dezembro, os títulos e o peso ficaram sob pressão renovada, conforme a economia do país entrou em recessão e as tensões políticas aumentaram no país e no exterior.
Sem maioria parlamentar e sem governadores de províncias, o partido A Liberdade Avança, de Milei, precisa negociar com outras forças políticas para executar seu programa.
Ele construiu uma aliança próxima com o principal bloco conservador, embora a expectativa seja de que cinco governadores da oposição peronista de centro-esquerda não compareçam à reunião.
O porta-voz presidencial Manuel Adorni, em uma postagem no X, disse que o pacto incluirá equilíbrio fiscal inegociável, cortes nos gastos públicos, impostos mais baixos, reformas previdenciárias e trabalhistas, compromisso com a exploração de recursos naturais e uma "abertura ao comércio internacional".
Nesta segunda-feira, o peso enfraquecia cerca de 2% no mercado informal paralelo do país, atingindo a mínima de 1.450 pesos por dólar.
(Por Nicolas Misculin)