CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse nesta terça-feira que enviará uma carta ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo diálogo e cooperação após a promessa do republicano de impor tarifas de 25% sobre os produtos de México e Canadá.
"Para uma tarifa virá outra e assim por diante, até colocarmos nossos negócios comuns em risco", disse Sheinbaum durante uma coletiva de imprensa, alertando que as tarifas causarão inflação e perda de empregos em ambos os países.
Sheinbaum acrescentou que enviará a carta ainda nesta terça.
Trump fez a promessa de impor tarifas na noite de segunda-feira, culpando o México por não fazer mais para impedir a chegada de drogas ilícitas e imigrantes ilegais pela fronteira compartilhada pelos países.
As tarifas podem violar o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), que os países assinaram em 2020, quando Trump era presidente.
Sheinbaum disse que seu governo sempre demonstrou a disposição do México em ajudar a combater a epidemia de fentanil nos EUA e que as apreensões de imigrantes na fronteira estão diminuindo e que as caravanas não estão mais chegando à fronteira.
No entanto, Sheinbaum observou que grupos criminosos no México ainda estão recebendo armas dos EUA. Ela disse que os desafios compartilhados da região exigem cooperação, diálogo e compreensão recíproca.
"Nós não produzimos armas, não consumimos drogas sintéticas. Infelizmente, temos as pessoas que estão sendo mortas pelo crime que está respondendo à demanda em seu país", disse ela.
(Redação da Cidade do México)