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Reino Unido decide deixar União Europeia e premiê renuncia; mercados desabam

Publicado 24.06.2016, 15:34
© Reuters. Premiê britânico, David Cameron, e esposa, Samantha, entrando em gabinente, em Londres
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Por Guy Faulconbridge e Kate Holton

LONDRES (Reuters) - O Reino Unido decidiu em um referendo deixar a União Europeia, levando o primeiro-ministro David Cameron a anunciar sua renúncia e aplicando o maior golpe ao projeto europeu de maior unidade desde a Segunda Guerra Mundial.

Os mercados financeiros globais desabaram nesta sexta-feira devido ao referendo, cujo resultado de 52 a 48 por cento a favor da saída do bloco no qual os britânicos ingressaram há mais de 40 anos contrariou as casas de apostas.

A libra chegou a cair 10 por cento ante o dólar, em níveis vistos pela última vez em 1985, por temores de que a decisão possa atingir investimentos na quinta maior economia do mundo, ameaçar o papel de Londres como capital financeira global e gerar meses de incertezas políticas. O euro caiu 3 por cento.

As ações mundiais perderam mais de 2 trilhões de dólares em valor. Os grandes bancos do Reino Unido perderam 100 bilhões de dólares em valor, com ações do Lloyds, do Barclays (LON:BARC) e do RBS chegando a cair 30 por cento.

O índice britânico de ações FTSE 100 recuperou grande parte de suas perdas iniciais no final do dia, depois que os principais bancos centrais do mundo ofereceram apoio financeiro, mas ainda assim encerrou em queda de 3,15 por cento.

Mas o índice europeu FTSEurofirst 300 despencou 6,7 por cento e índices de outros países da região sofreram ainda mais.

O próprio Reino Unido pode ser desfeito, uma vez que a líder da Escócia --onde quase dois terços dos eleitores queriam a permanência na UE-- disse ser "muito provável" a realização de uma nova votação sobre a independência escocesa.

Cameron, que liderou a derrotada campanha pela permanência, disse, emocionado, que irá deixar o cargo de primeiro-ministro até outubro.

"O povo britânico deixou muito clara a decisão de tomar um caminho diferente e penso que o país necessita uma nova liderança para levá-lo nesta direção", disse Cameron, em discurso televisionado do lado de fora de seu gabinete oficial.

"Não penso que é certo ser o capitão que comandará nosso país para este próximo destino", acrescentou, antes de voltar para o gabinete ao lado de sua esposa, Samantha.

Sair da UE pode custar ao Reino Unido o acesso ao mercado único comercial do bloco e significa que os britânicos precisarão buscar novos acordos individuais com países do mundo todo. Uma pesquisa da Reuters junto a economistas previu que o Reino Unido poderá enfrentar uma recessão.

A UE, em si, também será econômica e politicamente afetada, enfrentando a saída de não só sua segunda maior economia, mas também um membro com poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

O maior bloco comercial do mundo, que se levantou após duas guerras mundiais, o fascismo e o totalitarismo comunista para se tornar um continente de democracias prósperas, perderá cerca de um sexto de sua produção econômica.

"É um choque explosivo. Está em jogo a dissolução pura e simples da união", disse o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. "Agora é a hora de inventar outra Europa."

A chanceler alemã, Angela Merkel, que convidou os líderes de França e Itália para uma reunião em Berlim para discutir os próximos passos, chamou a decisão britânica de um divisor de águas para a unificação europeia.

"VITÓRIA DA LIBERDADE"

O resultado fortaleceu os contrários à União Europeia em outros países-membros do bloco, e levou os líderes da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, e da extrema direita holandesa, Geert Wilders, a cobrar por referendos sobre a desfiliação em seus países. Le Pen trocou a foto de seu perfil no Twitter por uma imagem da bandeira britânica, e declarou: "Vitória pela liberdade!".

O resultado vai levar a pelos menos dois anos de procedimentos burocráticos de separação com a UE, na primeira saída de qualquer Estado-membro. Cameron, no poder desde 2010, disse que estará a cargo de seu sucessor iniciar formalmente o processo de saída.

Seu rival interno no Partido Conservador Boris Johnson, ex-prefeito de Londres e que se tornou o rosto da campanha pela saída, pode se tornar o próximo premiê.

© Reuters. Premiê britânico, David Cameron, e esposa, Samantha, entrando em gabinente, em Londres

Johnson deixou sua casa em Londres sob vaias de uma multidão da capital de maioria pró-UE. Ele falou a repórteres na sede da campanha de saída, mas não respondeu perguntas sobre suas ambições pessoais.

"Podemos encontrar nossa voz no mundo de novo, uma voz que é proporcional com a quinta maior economia da Terra", afirmou.

Parlamentares do Partido Trabalhista, de oposição a Cameron, também apresentaram uma moção para derrubar o líder Jeremy Corbyn, que foi acusado por membros do próprio partido de não fazer o suficiente para defender a permanência na UE.

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