Tarifaço impõe perdas bilionárias a Estados do Brasil, diz CNI

Publicado 30.07.2025, 06:40
© Reuters.  Tarifaço impõe perdas bilionárias a Estados do Brasil, diz CNI

O tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros deve causar perdas econômicas bilionárias em pelo menos 6 Estados do país. É o que diz a CNI (Confederação Nacional da Indústria) em estudo divulgado na 3ª feira (29.jul.2025).

O aumento das tarifas, que começa em 1º de agosto, pode causar perdas acima de R$ 19 bilhões no Brasil, com impactos variados entre os estados. Em 11 estados, as vendas aos EUA representam entre 10% e 20% das exportações totais.

Segundo a entidade, São Paulo registrar o maior prejuízo absoluto: R$ 4,4 bilhões, com uma queda estimada de 0,13% no PIB estadual.

Porém o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estima uma perda maior: retração de até 2,7% no PIB do estado, conforme afirmou no sábado (26.jul.2025).

São Paulo exportou US$ 13,6 bilhões para os EUA em 2024, o que representa 19% das exportações paulistas —com forte concentração na indústria de transformação.

Os Estados do Sudeste e do Sul devem sofrer os maiores prejuízos financeiros, mesmo com exportações mais diversificadas.

Perdas bilionárias poderão ser sentidas no Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão), Paraná (R$ 1,91 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,66 bilhão).

O impacto econômico do aumento de tarifas varia entre os Estados conforme 2 fatores principais: o tamanho da economia local e o volume absoluto exportado ao mercado americano.

Estados como Ceará, Espírito Santo e Paraíba têm forte dependência comercial dos EUA, com até 44,9% das exportações voltadas para esse mercado.

Ainda assim, por terem economias menores, as perdas em reais são bem mais baixas –de R$ 101 milhões a R$ 605 milhões.

Na região Norte, Amazonas e Pará também terão impactos bilionários, puxados pela exportação do Polo Industrial de Manaus.

No Centro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul somam prejuízos superiores a R$ 1,9 bilhão.

Já no Nordeste, as perdas são menores, mas ainda relevantes: R$ 404 milhões na Bahia e R$ 377 milhões em Pernambuco.

As tarifas adicionais de 50% atingem principalmente produtos industrializados –que somam 78,2% das exportações brasileiras para os EUA– como café não torrado, carnes congeladas, açúcar, soja e itens da siderurgia.

O governo brasileiro ainda vê espaço para negociar. Enquanto isso, a CNI e lideranças empresariais alertam para os efeitos em cadeia: perda de competitividade, redução de pedidos, ameaça de demissões e pressão sobre preços internos.

“Os impactos são muito preocupantes”, avalia Ricardo Alban, presidente da confederação. Ele avalia que o aumento das tarifas americanas prejudica os setores produtivos estratégicos e compromete a competitividade das exportações brasileiras.

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