Tesouro Nacional capta US$2,75 bi em emissão de títulos no mercado internacional e destaca forte demanda

Publicado 04.06.2025, 09:43
Atualizado 04.06.2025, 19:25
© Reuters

BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira que captou US$2,75 bilhões com a emissão de títulos em dólares no mercado internacional, registrando elevada demanda de investidores pelos papéis do governo brasileiro.

O lançamento de papéis com prazo de 5 anos alcançou um volume de US$1,5 bilhão e foi negociado com um rendimento de 5,68% ao ano, enquanto um lote de títulos de 10 anos fechou a negociação com volume de US$1,25 bilhão e rendimento de 6,73% ao ano.

O "initial price talk", referência inicial de preços para sentir o interesse dos investidores pelos papéis, havia sido de 6,125% para o prazo de 5 anos e de 7,125% para o de 10 anos, segundo o serviço de informações financeiras IFR, da LSEG, e uma fonte do governo.

"A demanda superou em cerca de quatro vezes o volume emitido, a maior relação nos últimos 7 anos, com o livro de ordens atingindo cerca de US$10,9 bilhões em seu pico", informou o Tesouro em comunicado após o resultado da emissão.

Em nota, a pasta disse que a alocação final contou com expressiva participação de investidores não residentes, sendo cerca de 87% da Europa e da América do Norte, com a América Latina, incluindo o Brasil, respondendo por 11,6%.

Mais cedo, o Tesouro havia afirmado em nota que o objetivo da operação era dar continuidade à estratégia de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.

"A emissão reforça o importante papel da dívida externa para o alongamento do prazo médio da dívida, diversificação e ampliação da base de investidores", disse a pasta ao final da operação.

"Adicionalmente, corrobora o papel da Dívida Pública Federal externa no estabelecimento de benchmarks líquidos e na curva de juros soberana, como referência para futuras emissões de empresas brasileiras no exterior."

A operação foi liderada pelos bancos BNP Paribas (EPA:BNPP), Citigroup (NYSE:C) e Santander (BVMF:SANB11).

Esta foi a segunda emissão externa feita pelo Tesouro neste ano. Em fevereiro, o governo brasileiro captou US$2,5 bilhões na emissão de títulos em dólares a vencer em 2035, com rendimento negociado de 6,75% ao ano.

A equipe econômica tem argumentado que os lançamentos de títulos públicos brasileiros no mercado internacional têm a finalidade central de dar referência ao mercado privado de emissão de dívida, sem que o governo dependa efetivamente desse financiamento externo.

Os títulos públicos atrelados ao câmbio representam uma fatia menor da dívida do país, tendo fechado o mês de abril em 4% do estoque, sendo a quase totalidade disso relativa a emissões soberanas. A meta para 2025 estabelecida no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro é que esses papéis representem entre 3% e 7% do total da dívida, mesmo alvo do ano anterior.

Em maio de 2024, o governo pediu ao Senado uma ampliação de US$75 bilhões para US$125 bilhões do limite máximo de emissão de títulos de dívida pública no exterior, em meio ao plano de ampliação das emissões de títulos sustentáveis. Na ocasião, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, argumentou que essa ampliação deveria ser consumida em 10 a 15 anos.

(Por Bernardo Caram)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.