A expansão de voos pretendida pela Infraero no aeroporto de Congonhas, solicitada à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), deve ser precedida por "investimentos significativos no terminal de passageiros", defendeu a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
Em nota, a entidade afirmou que entende o aumento de quantidade de pousos e decolagens no aeroporto como totalmente seguro devido aos recentes investimentos na pista principal, mas ressalvou a situação no terminal de passageiros, que deveria receber melhorias antes da expansão, avaliou.
A Abear alega que os investimentos são necessários porque a infraestrutura atual para embarque e desembarque estaria "bastante saturada" em horários de pico. Para a associação, tal investimento poderia ser efetuado ainda na gestão da Infraero ou pelo concessionário que assumir o aeroporto. Congonhas junto de outros 14 aeroportos hoje controlados pela Infraero irão a leilão marcado para agosto.
"O investimento deve ser realizado em itens como pontes de embarque, pórticos de raios-x, portões de embarque remoto e demais itens necessários à qualidade adequada do atendimento aos clientes, prevenindo assim qualquer risco de grandes problemas, principalmente em casos de recuperação da malha aérea por interrupções meteorológicas", disse a Abear em nota, que tem entre suas associadas a Gol (BVMF:GOLL4) e a Latam. A Azul (BVMF:AZUL4) deixou a entidade em 2019.
Segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a Anac já está avaliando a solicitação da Infraero, o que envolve pedidos de informações complementares à estatal, como, por exemplo, sobre o plano de ruídos do aeroporto.
As discussões sobre a possibilidade de expansão no movimento de Congonhas - o que pode aumentar a competição no terminal - acontece após a Anac aprovar novas regras de distribuição de slots para o aeroporto. De acordo com relatório do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), com isso, há espaço para a Azul atingir mais de 80 slots em Congonhas (dos atuais 41) até 2023, aumentando sua participação de mercado no aeroporto de 7% para cerca de 15%.