Após surpresa com Shein, BYD é exemplo de investimento maciço e de longo prazo, avalia CEBC

Publicado 03.09.2024, 09:22
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Um ano após revelar a surpresa com os investimentos chineses na área têxtil no Brasil, com a Shein, o diretor de conteúdo e pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Tulio Cariello, acredita que os aportes na área de carros 100% elétricos é uma tendência que veio para ficar e o BYD (SZ:002594) é um exemplo disso. "A China agora é sinônimo de valor agregado e produtos de qualidade. Eles estão buscando cada vez mais se consolidar no exterior com essas motivações de alto padrão. Há 20 anos era impensável a gente imaginar que a China seria uma potência de carros elétricos", considerou.

O relatório "Investimentos Chineses no Brasil - Novas Tendências em Energias Verdes e Parcerias Sustentáveis 2023", divulgado pelo CEBC, mostra um retrato disso. A área de eletricidade liderou a atração de capital produtivo chinês no Brasil em 2023, com participação de 39% do total. Em segundo lugar, o setor automotivo respondeu por 33% do valor aportado - um ganho de participação de 5 pontos porcentuais em relação ao ano anterior. Desde 2021, todos os projetos chineses no setor automotivo no Brasil foram direcionados a veículos 100% elétricos ou híbridos, com crescimento constante, de acordo com o levantamento.

O setor de fabricação de automotores no País atraiu investimentos de US$ 568 milhões do gigante asiático, 56% a mais do que em 2022. O segmento, segundo o relatório, foi impulsionado pela continuidade dos investimentos da GWM (Great Wall Motors) em sua fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, e da BYD, que passou a ocupar o antigo complexo industrial da Ford (NYSE:F) em Camaçari, na Bahia, com objetivo de produzir veículos elétricos e híbridos e processar lítio e ferro fosfato. "O segmento automotivo ficou entre os dois setores que mais atraíram capital produtivo chinês no Brasil pelo segundo ano consecutivo. A natureza dos projetos também mudou em anos recentes, passando a priorizar a fabricação de veículos eletrificados. Desde 2021, os investimentos chineses no setor automotivo no Brasil crescem de forma constante, sendo integralmente direcionados a veículos 100% elétricos ou híbridos."

O CEBC lembra que, em paralelo ao aumento dos investimentos no setor automotivo, as importações brasileiras de carros chineses também têm crescido em ritmo acelerado. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que, em 2023, houve um salto de 582% no valor das compras de carros do gigante asiático - de longe, o aumento interanual mais significativo registrado nos últimos 10 anos. "Até o fim de 2023, a China havia se tornado a segunda maior fonte de automóveis importados pelo Brasil, atrás apenas da Argentina, tendo ultrapassado México e Alemanha, fornecedores tradicionais do país", pontuou o documento.

Ainda sobre o ano passado, foram importados pouco mais de US$ 1 bilhão em carros chineses, com veículos eletrificados respondendo por 84% do total. No primeiro semestre de 2024, a China se tornou o principal fornecedor externo de automóveis do Brasil, vendendo mais que o triplo do valor importado da Argentina, que passou à segunda posição. Até a metade do ano, as compras vindas do país asiático já superavam o valor importado da Argentina no acumulado de 2023, sendo 98,4% do total composto por veículos eletrificados.

O salto nas importações de carros elétricos chineses, contudo, não deve se manter por muito tempo, na avaliação de Cariello. O aumento acelerado das compras foi impulsionado pelo cronograma de elevação progressiva de tarifas de importação sobre esses produtos. Para os carros híbridos, a alíquota inicial era de 15% em janeiro de 2024, passando para 25% em julho do mesmo ano. Em julho de 2025, passará a 30% e alcançará 35% no mesmo mês de 2026.

O último estágio programado para o aumento gradual de tarifas, porém, coincidirá com o início da fabricação dos primeiros carros eletrificados da GWM e da BYD no Brasil, que deve ocorrer entre o final de 2024 e o começo de 2025.

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