📢 Estratégia de IA ProPicks para investir após techs caírem. Subiu em julho 2x acima do S&P!Lista Completa

Argentina propõe "fast track" para produtos brasileiros condicionado a novo mecanismo de crédito

Publicado 03.05.2023, 14:08
Atualizado 03.05.2023, 14:10
© Reuters. Lula e Fernández se cumprimentam antes de reunião no Palácio da Alvorada
02/05/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino
ZW
-

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - Em negociação com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Argentina propôs uma espécie de "fast track" para facilitar as importações de produtos brasileiros, pedindo como contrapartida a implementação de um novo sistema de crédito que reduza a dependência de dólares nas operações entre os dois países, disseram à Reuters duas fontes dos governos argentino e brasileiro.

Com a mudança, o prazo para processamento das importações pelo mercado argentino e pagamento pelos produtos do Brasil cairia dos atuais 180 dias para 30 dias, o que poderia reduzir o risco das operações com um país que enfrenta variações significativas de inflação e câmbio.

Pelo modelo, segundo uma das fontes, o Sistema de Importações da República Argentina (SIRA), passaria por modificação para receber operações em real. O pagamento em moeda brasileira pelos importadores argentinos seria viabilizado por meio do novo sistema de financiamento em elaboração pelo governo brasileiro, mas ainda com aspectos técnicos a serem definidos.

Reuniões entre as equipes econômicas de Brasil e Argentina com o objetivo de decidir esses instrumentos estão previstas para a próxima semana.

“Por que a Argentina se beneficia? Porque pode negociar em reais e isso baixa a pressão por dólares de seu Banco Central”, disse a fonte argentina. “Isso baixa a pressão sobre as reservas argentinas.”

De acordo com essa autoridade, uma das dúvidas presentes na negociação era o modelo de garantias a serem dadas pelos argentinos para viabilizar as operações. Segundo ela, ficou definido um mecanismo de “escrow”, uma espécie de conta em banco brasileiro que receberia depósitos de garantias.

Como mostrou a Reuters, essas garantias poderiam ser, por exemplo, títulos chineses, contratos de compra de gás e de trigo --ativos com liquidez internacional que permitam ao Brasil, no caso de não pagamento pelo importador argentino, acessá-las para compensar as perdas. Uma das ideias é que os financiamentos sejam operados pelo BNDES.

O novo sistema, se implementado, poderá facilitar as vendas de 210 companhias brasileiras que vêm enfrentando dificuldades para ampliar as exportações à Argentina. São empresas de setores variados, incluindo automobilístico, siderurgia, indústria química, eletrodomésticos e alimentos.

O Brasil vem perdendo espaço na pauta de comércio com o país vizinho, uma redução de 4 bilhões de dólares de participação nas importações argentinas entre 2014 e 2019, segundo uma das fontes. O espaço passou a ser ocupado pela China, país que tem mecanismos de financiamento para simplificar exportações.

Em meio à agudização da grave crise econômica argentina, o presidente Alberto Fernández foi a Brasília nesta semana com uma comitiva em busca de socorro financeiro. O governo brasileiro, a quem interessa estimular as exportações a um dos principais parceiros comerciais do país, além de mostrar apoio ao aliado político, sinalizou abertura para ajudar, mas não anunciou medidas concretas.

© Reuters. Lula e Fernández se cumprimentam antes de reunião no Palácio da Alvorada
02/05/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino

Na terça-feira, ao lado de Fernández, Lula defendeu que o banco dos Brics possa ajudar a Argentina por meio de garantias para as exportações brasileiras, o que dependeria de uma mudança nas regras de atuação da instituição financeira.

"Nós nem queremos que eles emprestem dinheiro para a Argentina. O que nós queremos é que eles nos deem garantias, que aí facilita muito a relação do Brasil com a Argentina", disse o presidente.

 

(Edição de Isabel Versiani)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.