Por Noreen Burke e Leandro Manzoni
Investing.com - A temporada de balanços prossegue a todo vapor em Wall Street e ganha tração no Brasil. Nos EUA, os maiores destaques são as maiores empresas de tecnologia, enquanto no Brasil pesos pesados divulgam seus números do terceiro trimestre do ano.
Mas, os resultados podem ser ofuscados com a reta final da disputada corrida presidencial nos EUA e as idas e vindas entre a Casa Branca, os republicanos e os democratas por causa de outro pacote de estímulo fiscal para aliviar a crise do coronavírus.
Haverá também uma primeira divulgação do PIB do terceiro trimestre dos EUA e da zona do euro. Embora se espere que os números apontem para uma recuperação sem precedentes no crescimento, eles também irão sublinhar onde a recuperação se dirigiu antes da segunda onda e novas restrições generalizadas que aumentaram a incerteza sobre as perspectivas econômicas.
O Copom também se reúne para mais um encontro de política monetária no Brasil.
Aqui está o que você precisa saber para começar sua semana.
1. Lucro, lucro, lucro
A temporada de balanço continua nessa semana com quase 170 empresas em Wall Street e mais de 30 no Brasil divulgando seus resultados do terceiro trimestre. Em Wall Street, será a semana mais movimentada da temporada até agora, com empresas como Beyond Meat (NASDAQ:BYND), Boeing (NYSE:BA; SA:BOEI34), Caterpillar (NYSE:CAT; SA:CATP34), Honeywell (NYSE:HON; SA:HONB34), Merck (NYSE:MRK; SA:MRCK34) e Pinterest (NYSE:PINS) programadas para apresentar seus números.
Os maiores destaques são os nomes em tecnologia, com a Microsoft (NASDAQ:MSFT; SA:MSFT34)) na terça-feira e Apple (NASDAQ:AAPL; SA:AAPL34), Facebook (NASDAQ:FB; SA:FBOK34)), Alphabet (NASDAQ:GOOGL; SA:GOGL34)), Amazon (NASDAQ:AMZN; SA:AMZO34) e Twitter (NYSE:TWTR; SA:TWTR34), todos apresentando seus números logo após o fechamento na quinta-feira.
Mais empresas americanas têm oferecido orientação de lucros neste trimestre, indicando aos investidores que eles podem se adaptar à incerteza sobre uma pandemia global que pode continuar no próximo ano.
No Brasil, a temporada ganha tração com as maiores empresas do Ibovespa divulgando seus resultados nessa semana. Os mais aguardados são os números de Petrobras (SA:PETR4; SA:PETR3), Vale (SA:VALE3) e Bradesco (SA:BBDC4), que serão divulgados na quarta-feira. Também divulgam o balanço do terceiro trimestre Petz (SA:PETZ3), Cielo (SA:CIEL3), Raia Drogasil (SA:RADL3), Santander Brasil (SA:SANB11), Gerdau (SA:GGBR4), Pão de Açúcar (SA:PCAR3), Ambev (SA:ABEV3), Suzano (SA:SUZB3), B2W (SA:BTOW3) e Totvs (SA:TOTS3).
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2. Eleições nos EUA
Com pouco mais de uma semana para a realização das eleições presidenciais de 3 de novembro, os investidores estarão monitorando de perto o favoritismo do democrata Joe Biden.
Sinais de que Biden, que ampliou sua vantagem sobre o atual presidente e candidato à reeleição, o republicano Donald Trump, nas pesquisas nas últimas semanas, está no caminho para um final forte, podem impulsionar as ações de empresas de energia limpa, ações cíclicas e cannabis.
Porém, uma recuperação de Trump pode levantar empresas de energia convencionais e ações de tecnologia, que devem enfrentar impostos corporativos mais altos se Biden vencer Trump e os democratas tomarem o Senado dos EUA.
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Uma vitória inesperada de Trump pode impactar moedas como o peso mexicano e o rublo russo, enquanto impulsiona o dólar americano maltratado nas últimas semanas, disseram analistas.
Uma eleição incerta ou contestada provavelmente resultará em um período sustentado de volatilidade do mercado.
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3. Novela do estímulo
O debate em andamento sobre se a Casa Branca, os republicanos e os democratas podem finalmente chegar a um acordo sobre outro pacote de ajuda para aliviar a crise do coronavírus continuará sendo um fator chave para os mercados na próxima semana.
A presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, disse na sexta-feira que ainda era possível conseguir outra rodada de estímulo fiscal antes da eleição, mas que também cabia ao presidente Trump agir.
Mas o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, o principal republicano no Congresso, não quer levar um grande projeto de lei ao plenário do Senado antes da eleição, em parte por preocupações com o nível da dívida nacional e em parte por causa da sensação de que a Casa Branca está cedendo em demandas democratas.
O argumento para um novo estímulo fiscal adicional apoiar a recuperação é forte, com os benefícios do seguro-desemprego diminuindo e um ressurgimento de casos do vírus, que até agora matou mais de 224.000 americanos.
4. Crescimento nos EUA no terceiro trimestre
A divulgação de dados econômicos chave será a estimativa preliminar do PIB do terceiro trimestre dos EUA na quinta-feira. As previsões apontam para uma recuperação recorde de 31,9%, após uma queda histórica de 31,5% no segundo trimestre, quando a pandemia de coronavírus devastou a economia.
Mas com os esforços de estímulo quase paralisados e os casos de covid-19 aumentando à medida que a pandemia entra em seu primeiro inverno completo, a perspectiva para a recuperação já desigual está se deteriorando.
Os dados de pedidos iniciais por seguro-desemprego de quinta-feira também serão observados de perto em meio a indicações de que a recuperação no mercado de trabalho está com dificuldades para deslanchar.
5. PIB da zona do euro, reunião do BCE e Copom
A zona do euro deve divulgar os números do crescimento do terceiro trimestre na sexta-feira, com uma forte recuperação esperada na esteira de bloqueios generalizados. Mas os dados do PMI na sexta-feira mostraram que a atividade econômica do bloco voltou a cair no início do quarto trimestre, com uma segunda onda do coronavírus varrendo o continente, aumentando as expectativas de uma recessão de duplo mergulho.
Relatórios separados devem mostrar que a inflação permaneceu em território negativo em outubro, enquanto o desemprego deve ter subido em setembro.
A reunião de quinta-feira do Banco Central Europeu provavelmente verá os membos da instituição debatendo se a perspectiva de uma recessão de duplo mergulho significa que mais estímulos serão necessários em breve.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também se reúne para decidir pela manutenção da taxa Selic em 2%, de acordo com a mediana das estimativas do mercado. As atenções estarão voltadas para o comunicado, especialmente para o balanço de risco em meio à escalada da inflação e incertezas fiscais e se o Copom vai alterar a orientação futura quanto à manutenção da taxa no menor nível da história.
- Com contribuição de Reuters