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Calendário Econômico: Fique por dentro dos assuntos relevantes da semana

Publicado 05.09.2021, 07:50
Atualizado 05.09.2021, 13:05
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Por Noreen Burke e Ana Julia Mezzadri

Investing.com -- O calendário econômico dos EUA vai ser leve, numa semana curta em razão do feriado na qual a atração principal serão os números da inflação do preço aos produtores, enquanto os números de pedidos de seguro-desemprego podem chamar mais atenção que o normal após os resultados fracos do relatório do emprego de sexta-feira.

A semana será mais agitada em termos de indicadores econômicos no Brasil, que também terá seus mercados fechados pelo Dia da Independência na terça-feira, 7 de setembro. O feriado será observado com atenção, com grande expectativa em relação a manifestações convocadas pelo presidente Bolsonaro.

As falas dos dirigentes do Federal Reserve também estarão em foco, depois do decepcionante relatório do emprego de agosto. O mercado de capitais provavelmente manterá seu suporte, já que os dados do emprego enfraqueceram os argumentos a favor do tampering no curto prazo. Enquanto isso, espera-se que o Banco Central Europeu debata a redução do estímulo na reunião desta semana, e que a China divulgue dados sobre o comércio e a inflação, cuja previsão é que destaquem que a recuperação da segunda economia do mundo está perdendo fôlego.

CALENDÁRIO ECONÔMICO: Confira os principais eventos da semana

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana.

1. Manifestações de 7 de setembro

O mercado irá observar com atenção as manifestações políticas de 7 de setembro, convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

As declarações de Bolsonaro têm gerado cautela. Na sexta-feira, o presidente chegou a afirmar que os atos seriam um “ultimato” para os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso.

Na direção contrária, um dia antes, Bolsonaro disse que não havia motivo para temer as manifestações. O presidente prometeu ainda comparecer e discursar em atos em seu apoio. Analistas veem a convocação das manifestações como uma tentativa de Bolsonaro de “ganhar fôlego” em um momento em que tem perdido apoio de diversos setores.

Os atos podem acabar criando ainda mais tensão entre os Poderes ao longo da semana.

Outro fator a ser observado de perto pelo mercado será a discussão da reforma no IR no Senado, após ter sido aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada.

2. Dados econômicos

Os dados de sexta-feira sobre os preços ao produtor de agosto mostrarão como as pressões inflacionárias estão se moldando após os dados de julho revelarem o maior aumento anual em mais de uma década, já que a rápida recuperação econômica causou um descompasso entre a oferta e a demanda.

Embora o Fed tenha indicado que os preços mais elevados provavelmente serão transitórios, alguns temem que as pressões persistentes dos preços possam levar o Fed a reverter a política de dinheiro fácil mais rápido que o esperado.

Os dados semanais de pedidos de seguro-desemprego na quinta-feira também serão observados com atenção, após o Departamento do Trabalho ter comunicado sexta-feira que a economia adicionou apenas 235.000 postos em agosto, bem abaixo da estimativa dos economistas de 750.000.

As contratações no setor de lazer e hospitalidade se estagnaram com o novo aumento nas infeções por Covid-19. Mas a taxa de desemprego caiu para 5,2%, contra 5,4% em julho, e o crescimento dos números do emprego em julho teve uma acentuada revisão para cima, indicando uma potência subjacente da economia.

A China, por sua vez, divulga na segunda-feira os dados de comércio para agosto, que serão acompanhados na quarta-feira por dados sobre a inflação ao consumidor e ao produtor, também para o mês passado.

Os relatórios vêm depois de uma recente série de dados econômicos fracos que mostraram que a recuperação na segunda maior economia do mundo está perdendo o fôlego em meio a restrições para frear a propagação da variante delta.

A atividade no setor de serviços da China entrou em forte contração em agosto, como revelado na sexta-feira por uma pesquisa privada, e uma pesquisa semelhante do setor de manufatura mostrou que a atividade fabril se contraiu pela primeira vez em quase um ano e meio no mês passado.

O enfraquecimento alimentou as expectativa de que Pequim irá implementar mais medidas de apoio para revitalizar o crescimento.

No Brasil, a semana será marcada pelos dados de IGP-DI, na terça-feira, IPCA, na quinta, e vendas no varejo na sexta.

As expectativas em relação ao IPCA, que tem sido alvo de preocupação em um cenário de crise hídrica e aumento significativo nos preços da energia elétrica, são de alta de 0,71% na comparação mensal, contra os 0,96% registrados em julho.

No acumulado do ano, o mercado espera que o índice atinja 9,50%, ante 8,99% no mês passado.

LEIA MAIS: Crise hídrica: Novas tarifas de energia pressionam IPCA; confira projeções

3. Declarações do Fed

Os participantes do mercado estarão em busca de qualquer novo indício em relação ao tapering vindo dos oficiais do Fed, na sequência do decepcionante relatório sobre o emprego de sexta-feira.

O mercado de trabalho continua a ser o alicerce do Fed, sendo que seu presidente, Jerome Powell, indicou semana passada que pleno emprego era um pré-requisito para o banco central começar a frear suas compras de ativos.

O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, visto como próximo a Powell, deve falar sobre as perspectivas econômicas num evento na quarta-feira. Robert Kaplan, presidente do Fed de Dallas, também deve falar na quarta-feira.

Kaplan tem um outro discurso na agenda na quinta-feira. Os presidentes do Fed de Chicago, Charles Evans, de Boston, Eric Rosengren, e de Minneapolis, Neel Kashkari, também devem fazer aparições na quinta-feira.

ANÁLISE: O Mercado Está Desafiando o Fed a Iniciar o Aperto

4. Mercados de ações

Os mercados norte-americanos serão fechados para o feriado de Labor Day na segunda-feira e as atividades podem permanecer lentas enquanto os investidores retornam do fim de semana prolongado.

A Nasdaq terminou a sexta-feira em um novo pico, mas os dois outros principais índices caíram após o relatório do emprego muito mais fraco que o esperado, que gerou receios quanto ao ritmo da recuperação econômica, mas enfraqueceu o argumento a favor do tapering este mês.

Os investidores também estarão atentos aos resultados trimestrais da GameStop (NYSE:GME), vendedora de videogames no varejo cuja negociação em montanha-russa nesse ano evidenciou a mania dos pequenos investidores com as chamadas "ações meme", que alguns afirmam ser um sinal de exuberância irracional nos mercados.

No Brasil, apesar de ter terminado a sexta-feira em alta de 0,22%, aos 116.933 pontos, o Ibovespa fechou a semana em queda de 3,1%, seu pior desempenho desde fevereiro.

Diversos analistas começam a cortar suas projeções para o desempenho da bolsa de valores brasileira neste ano, em um movimento que reflete o aumento de cautela diante de riscos políticos e fiscais, além de dados econômicos mais fracos do que o esperado.

VEJA TAMBÉM: XP revisa previsão do Ibovespa para 135.000 pontos no fim do ano

5. Reunião do BCE

O BCE se reúne na quinta-feira, num contexto de apelos de vários oficiais hawkish para que se comece a reduzir o programa de estímulo contra a pandemia através da compra de ativos, dado um recente aumento na inflação.

A inflação na zona do euro subiu para 3%, a maior taxa em 10 anos. O BCE indicou que qualquer aumento na inflação provavelmente é temporário, mas alguns dirigentes mais agressivos começaram recentemente a discordar desta opinião.

Os mercados estão começando a reagir ao potencial de uma inflação mais sustentada na zona euro e de um menor estímulo por parte do BCE.

-- Com contribuição da Reuters

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