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Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse neste sábado que existe necessidade de coordenação entre as políticas monetária e fiscal para que o Brasil não entre em "rota de colisão", voltando a alertar que a conduta das contas públicas tem efeito sobre as decisões da autarquia.
No Fórum Esfera, organizado no Guarujá pelo think-tank Esfera Brasil, Campos Neto dividiu o palco com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, que reforçou o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com a responsabilidade fiscal.
"Você não quer estar, de um lado, subindo juros, e, de outro, o fiscal sendo expansivo, porque no final você entra numa trajetória de colisão", disse Campos Neto no evento.
"A gente precisa entender que a gente teve um gasto global muito alto, que existe uma dívida a ser paga muito alta em todos os países, no Brasil também. Isso tem efeito no que o Banco Central faz."
Seus comentários vieram depois que os juros futuros dispararam nas últimas semanas em meio à percepção de risco fiscal elevado diante da tentativa do governo eleito de viabilizar amplos gastos extra-teto a partir do ano que vem, com a curva de DIs chegando a precificar novos aumentos da Selic --atualmente em 13,75%-- em 2023.
"O que a gente precisa entender é que juros não é causa, é consequência, é uma consequência de um trabalho bem feito. Obviamente nenhum banqueiro central quer ter juros altos, a gente quer ter juros baixos", disse Campos Neto.
No evento, o presidente do BC também alertou para os riscos da inflação, em meio a expectativas crescentes no mercado financeiro de que as pressões de preços possam voltar a ganhar fôlego a partir do ano que vem sob a flexibilização fiscal pretendida pelo governo eleito.
"A inflação é um elemento social também... Quem tem mais recursos se protege da inflação, quem tem menos, não... Ela dificulta muito o planejamento de longo prazo das empresas, das pessoas, o que no final significa menos crescimento e menos emprego", disse Campos Neto.
Já Alckmin, coordenador da transição para o governo Lula, procurou reforçar o discurso de que a próxima administração do país adotará responsabilidade fiscal, citando o bom histórico do presidente eleito na conduta das finanças públicas durante seus mandatos anteriores.
"Como eu sei que há uma preocupação fiscal, eu já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar e quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai errar", afirmou o vice-presidente eleito, que também defendeu a necessidade de equilibrar a moderação ao gastar com demandas sociais.
Alckmin disse no evento que não há nenhuma reforma estrutural de governos anteriores a ser desfeita, e, ao ser questionado sobre quem será o ministro da Fazenda de Lula, desconversou: "cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho."
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