Por Jesse Cohen
Investing.com - O rali em Wall Street continuou na quinta-feira (26), pois os temores em relação ao impacto econômico causado pela pandemia do coronavírus não superaram um massivo pacote de estímulos dos EUA.
Às 14h53, o índice Dow Jones subia 4,58%, o S&P 500 tinha alta de 4,36% e o índice de tecnologia Nasdaq operava com ganhos de 3,55%. O Ibovespa seguia a tendência do exterior, com alta de 2,44% a 76.782 pontos, apesar da disputa política entre Presidência da República e governadores intensificar o sentimento de cautela dos investidores locais.
Na quarta-feira o Senado aprovou uma proposta de US$ 2 trilhões com o objetivo de ajudar trabalhadores que perderam seus empregos e indústrias impactadas pelo vírus. O pacote agora precisa ser aprovado pela Câmara dos Representantes, cuja votação irá ocorrer na sexta-feira.
O dinheiro em questão na proposta de estímulos representa quase metade dos US$ 4,7 trilhões que o governo dos EUA gasta anualmente.
Mas, os estímulos fiscais não garantem o fôlego para que os mercados se recuperem das profundas perdas após o Carnaval, pois vêm contra um pano de fundo de más notícias. O coronavírus se espalha, com ele mais pessoas se isolam para combatê-lo.
Sinais de recessão devido ao combate à pandemia já aparecem. O número de americanos que solicitam benefícios iniciais de desemprego subiu para um recorde 3,28 milhões na semana passada, disse o Departamento do Trabalho dos EUA na quinta-feira. O aumento superou o número da semana anterior de 281.000. O relatório também mostrou que o número de pessoas que já recebem benefícios aumentou para 1,803 milhão.
Os economistas dizem que a corrida pelos benefícios nessa semana de pesquisa sugere que as folhas de pagamento caíram neste mês, o que acabaria com quase nove anos e meio de crescimento do emprego nos EUA.
Antes da quinta-feira, o Dow Jones Industrial Average subiu mais de 13% em seu primeiro ganho de dois dias consecutivos desde fevereiro, em meio às antecipações dos estímulos.
Ainda assim, muitos dos grandes ganhos nos mercados de ações dos últimos dias empalidecem em comparação com a brutal liquidação das últimas semanas.
O Dow ainda está em queda de quase 28% de seu pico recorde há pouco mais de um mês.
É claro que, a esta altura, mais do que apenas uma crise financeira está se aproximando. Isso é, primeira e principalmente, uma crise de saúde e, ao menos que o presidente Donald Trump, o secretário do Tesouro Steve Mnuchin e o presidente do Federal Reserve Jerome Powell consigam criar uma vacina para o coronavírus, há muito pouco que mais estímulos possam fazer para curar uma pandemia global.
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-Com contribuição da Reuters